António Fernandes |
A pobreza na intervenção política e social é algo que dói a
uma terra fecunda de cuja barriga saiu gente ilustre no domínio das ciências,
do conhecimento, das artes, das letras e outras vertentes do saber mas que hoje
olha em volta e se revolta com o marasmo instalado em tricas de cordel em torno
do umbigo sempre luzidio que não sabe
ser reflexo da capacidade armazenada do saber discernir entre o útil e o
inútil daquilo em que se envolve.
O umbigo é a parte sobrante de um elo que deve ser o nosso
orgulho porque foi através dele que nos alimentou a vida o ventre materno e que
ao no - lo cortarem passamos a ser autónomos para a vida futura.
Simplesmente, não é esse o umbigo que está em analise
social critica, vulgo política social, quando o sentido figurado mencionado é o
a propósito do comportamento.
Neste particular o umbigo figurado referido é o
comportamento do indivíduo em grupo. De que se extrapola comportamento
incorrecto por não ter em conta a opinião dos pares e pensar ser possuidor de
razão única oriunda sabe - se lá de onde.
Em regra, esta postura resulta de disfunção social
acumulada, atolada na ignorância pura e dura.
Neste caso, o do comportamento num contexto que visa
exclusivamente a promoção de uma vaidade inconsistente por nem sequer haver
motivo, aquilo que acontece é a chacota coletiva que faz de conta que não se
apercebe mas que julga.
Estamos assim perante um domínio da cultura demasiado pobre
e enlameado:
- Pobre por incúria do poder e sujo por desmazelo
educativo.
- Luzidio por ignorância como já foi referido.
Esta maleita coletiva é neste momento transversal ao
comportamento dos Homens. Sendo que a excepção é sempre aquilo que justifica a
regra.
Mesmo rara, a excepção, existe.
Acoita - se na humildade discreta do vasto conhecimento
sempre exímio e exigente.
Impõe - se com a naturalidade das coisas comuns, porque é
comum, mesmo sendo maltratada.