14/12/2018

ANGOLA SÉCULO XXI - NOVAS “TICS”



Valdemar F. Ribeiro 

Angola precisa de dar o salto do século XX  para o século XXI.
Em qualquer país do mundo , as ferramentas usadas para se dar o salto do século XX para o século XXI  são as  “TICs” , as novas tecnologias da informação, e já há países que vivem no século XXI ou quase a chegarem lá.
Há países no mundo de hoje que praticamente eliminaram o uso do papel, trocando este pelo uso de novas tecnologias e isso barateou muito o ensino e ajudou na preservação do meio ambiente e acelerou a democratização das sociedades.
Os países europeus do norte, promoveram o crescimento de florestas de eucaliptos e pinheiros nos países do sul da Europa.
As florestas de eucaliptos não permitem a diversificação de outros tipos de vida vegetal e animal e consomem grandes quantidades de água.
Estes tipos de árvores são muito propícias a incêndios fáceis e rápidos com a consequente destruição do meio ambiente.
Portugal, por exemplo, frequentemente no verão é devastada por incêndios nestes tipos de floresta.
Porém estas árvores de crescimento rápido economicamente aparentam ser soluções rápidas e fáceis para um ganho financeiro mas ao haver incêndios frequentes, questiona-se se a destruição ambiental compensa este ganho fácil e rápido e se este tipo de floresta representa um desenvolvimento económico sustentado.
Por outro lado, as fábricas de celulose, que fabricam papel, utilizam muita água na produção deste papel, utilizam muitos ácidos e poluem as águas de uma maneira muito acentuada e com isso os rios que abastecem estas fábricas geralmente são bastante poluídos.
Os países do norte europeu procuram desfazer.se deste tipo de empresas poluidoras e promovem o desenvolvimento destas fábricas de celulose e destas florestas de eucaliptos e pinheiros em outros países menos atentos ou mais necessitados e em África.
A solução para não se repetirem estes erros ambientais e promoverem-se economias mais sustentáveis, é os países avançarem para o século XXI utilizando-se das “TICs” pois é o melhor caminho para baratear os custos com a educação, acelerar o conhecimento e a democratização das sociedades.
Países como a Inglaterra, Dinamarca, Suécia e outros já são modelos de sociedades modernas vivendo no século XXI.
Em Angola, os líderes políticos e outras lideranças, numa maioria, são pessoas mais velhas.
Muitas das pessoas mais velhas, em 2018, têm dificuldades ou pouco interesse  em manusear os novos telefones digitais, os computadores, os tablets, as novas tecnologias, etc., pois o uso destas tecnologias exigem muitas horas de estudo e aprendizado e muitos dos mais velhos dizem não ter tempo nem disposição para tal aprendizado e preferem continuar a usar os métodos e soluções mais antigas e menos desenvolvidos ou menos tecnológicos mas que dominam.
Se uma pessoa não entende de “TICs”, poderá ela dialogar sobre os novos desenvolvimentos tecnológicos e incentivar que as Instituições públicas e privadas, as Instituições do ensino e outras promovam o uso, aprendizado e divulgação destas tecnologias?
As pessoas menos tecnológicas, com pouco domínio das novas tecnologias, terão competência, capacidade, conhecimentos para analisar, discutir e decidir sobre o uso das novas tecnologias em seus países?
É necessário que os decisores políticos e outros decisores públicos e privados permitam um maior espaço decisório às pessoas com mais conhecimentos e melhor preparados tecnologicamente para que o país Angola possa dar rapidamente o salto para o século XXI.
Enquanto isso não acontecer, será muito difícil um desenvolvimento sustentado económico, social e ambiental.
*Economista. Ambientalista, industrial Século XXI