23/11/2018

O virar de uma página de subserviência para a das convicções!




António Fernandes 
Quem não tem convicções não tem vontade própria, servindo por isso, exclusivamente, de veículo de convicção e da vontade de terceiro.
A convicção é a certeza em tudo aquilo que a mente objetive. Certeza assente em razão apurada em fundamentos de educação, ou, em interação casuística ativa de atitude em que o carisma assume predominância, e por isso protagonismo sobre a mediania consensualizada em grupo, acomodada ao acontecimento em rotina estabelecida de subserviente conveniência.
Esta condição, a do carisma, não é uma condição que resulte do acaso. É uma condição de perfil pessoal moldado por circunstâncias diversas a que a influencia não é alheia sendo mesmo o exemplo que modela, em variadíssimas situações especificas, a matriz dos valores e das referências da educação que rege a razão.
A obediência surge assim como uma condição necessária num cenário em que a convicção formata a razão, mas também formata os seus seguidores. Seguidores que veiculam a convicção a que são subservientes.
Esta ancestral forma de organização das sociedades atravessa um período crucial de necessidades em que o ajustamento relativo e da correlação das suas forças vivas é condição incontornável. E é condição incontornável, porque os padrões em que valores de referência da educação assentam, mudaram.
A escola, pese algum conservadorismo latente, mudou também. Tem acompanhado as atuais exigências e dado resposta positiva às necessidades do presente. Simplesmente, a divisão geracional existente, originalmente pacifica, porque interagia na influência, transmitindo o saber, usos e costumes, defronta-se hoje com dificuldade acrescida de adaptação aos atuais condicionalismos do tempo. Fator determinante na abordagem pretendida: A convicção e o veicular dessa convicção;
A transição do modelo de formação dos atuais agentes que operam nos centros nevrálgico da organização social, assim como a forma como operam. Fator determinante para vislumbrar a linha do horizonte onde o futuro da Humanidade necessita de assentar a nova razão de suporte do novo modelo de organização política, econômica e social.
E onde a subserviência de comportamentos começa a encontrar dificuldades em sobreviver porque a inteligência ativa exige operacionalidade e funcionalidade racional, para que sobreviva!
Neste quadro de evolução da subserviência para a autonomia dos comportamentos racionais a razão vacila demasiado tendo em conta as variáveis implícitas à conveniência momentânea que é sempre o motivo gerador de estabilidade em variadíssimos domínios entrando em conflito intragrupal de que resulta o ajustamento a rotinas de grupo e por isso intergrupal porque o Homem é um animal sociável.
Ora a sociabilidade acarreta compromissos de que não é de todo conveniente a razão ser linear e ser permeável quando o deve ser embora se deva lutar para que a razão seja mais razão e o pensamento “livre como o vento” como escreveu um poeta embora num sentido muito figurado porque essa liberdade não é tão liberdade quanto isso.
Daí que, “O virar de uma página de subserviência para a das convicções!” não seja uma tarefa fácil no atual contexto social, mas seja desejável para enfrentar os desafios do futuro que exige uma forte convicção nos propósitos e em todos os processos conducentes a esses propósitos.