06/11/2018

1- Os perigos da cristalização do pensamento




António Fernandes 
O contexto; o enquadramento; a mudança necessária!

A vida tem, em si própria, uma dinâmica constante e implícita de interação com o meio em que o seu ajustamento é sempre imprevisível por muito que se equacionem probabilidades, com maior ou menor precisão técnica e científica em virtude de uma condição elementar: a incerteza no que aos acontecimentos de origem da Ordem Natural, diz respeito.
Ora, é em função desta dinâmica que a vida se movimenta. Num constante auscultar de sensibilidades e limites do existencialismo. Entre a incerteza e a certeza, científica ou outra, da previsão.
A incerteza motiva a necessidade de organização. E esta, exige certezas de precisão nas análises gerais de forma a que no horizonte hajam fundamentadas previsões.
Finitas ou infinitas - consoante as convicções -. Mas serão, no momento preciso, as certezas de que o caminho político seguido é o mais adequado ao momento que se vive no tempo e que, o enquadramento dos contextos político e social contemplem.
Acontece que, em momento algum, a política enquanto ciência de organização social, cristalizou por opção.
As necessidades geradas pelas movimentações sociais impuseram sempre ritmos de mudança continua. Umas mais longas, outras mais céleres.
A organização política das sociedades tem sido ao longo da História da Humanidade o eixo central:
Ø da sua existência;
Ø do seu progresso;
Ø da sua resistência a todos os fenómenos a que sobreviveu e se soube impor;
Constata-se assim que, a civilização não tem condições que lhes permitam parar no tempo por muito que os seus mentores o queiram.
Aquilo que tem acontecido ao longo da História das civilizações tem sido as tentativas de cristalização do pensamento dominante sem qualquer resultado junto das dinâmicas sociais de vida porque a cristalização pretendida da sociedade implica retroceder todos os processos iniciados por motivos diversos em função de um outro ajustamento contranatura de rejeição para o qual não há condições por implicar um reinicio de algo que, é coisa que não se consegue aplicar ao ciclo de vida do Homem.
O Homem, como todas as espécies com vida: nasce, vive e, morre. Um ciclo para o qual não há reinício possível.
O que há, é a sua reprodução como acontece com outras espécies: fauna; flora; minerais; outras formas de vida;
Nesse sentido, um retrocesso a gosto é impensável havendo já algumas experiências de retrocesso civilizacional social, como o é o do retorno ao ciclo de poder das religiões em que, o Islamismo como forma de poder, mas que em face da conjuntura internacional e global não se consegue implantar sem os ajustamentos necessários aos padrões de vida internacionais sob pena de, em função da instabilidade social que gera, gerar conflitos de vulto no seu próprio território que ultrapassam as suas fronteiras e obrigam a intervenção internacional em domínios específicos de que a Humanidade depende: o consumo e consequente produção.
Um ciclo inultrapassável no ciclo de vida em que, entraves a esta dinâmica são descabidos de senso comum. Individual e coletivo.
Por isso, a reflexão sobre o atual modelo de organização social e se este responde aos atuais desafios da História em que o descalabro na regulação é notório e a relação entre as necessidades de consumo dependentes de um setor primário em decomposição garantem, ou não, previsível continuidade em paridade ou há, de facto, a necessidade de que se proceda à sua mudança.