António Fernandes |
Em Braga parece que ao nível dos agentes políticos em exercício
de cargo com enfoque para a Presidência e Vereação Municipal, o entendimento
destas coisas é de somenos importância inclusive de desconhecimento absoluto no
que às obrigações concerne convertido num imaginário de faz de conta que se
cumpre, mas que, se sabe que, não só não vai cumprir, como se vai escudar num
enleado desconexo e de razão duvidosa para justificar o injustificável numa cidade
que se presa em evidenciar juventude e conhecimento disponível que deixam a
anos luz os citados agentes políticos ao ponto de o desprezo a que votam a sua
atividade ser quase total.
A presunção limitada das suas mentes – a dos agentes políticos em exercício de cargo – é a de que quem faz as Leis as faz para munir as classes dominantes das ferramentas necessárias para poderem dominar os seus dominados mas… que lhes permita sair pela porta das traseiras, sempre aberta, para as situações mais complexas sempre que os dominados descobrem que afinal as Leis são emanadas para que a vida na Republica seja o mais justa e equilibrada possível. E que os governantes são cidadãos em igualdade de circunstâncias perante a Lei, obrigados ao seu cumprimento literal. Com virgulas, pontos finas e parágrafos e demais ortografia corrente.
Uma presunção que dá a forma ao estar social no domínio do
interesse privado sempre em prejuízo daquilo que é o interesse publico que,
afinal, é o nosso interesse coletivo enquanto sociedade marginal que se divide
entre quem manda e, quem é mandado.
Sendo que, a porta maior é a do poder de poder nomear quem
constrói o edifício do poder em concreto.
Aquele poder que vai muito para além do Legislado e se movimenta
nos corredores obscuros das cumplicidades.
Neste contexto, há, um efetivo Caderno de Encargos Político
para a Nação e para os agentes políticos, a saber:
1. Em primeira instância o Caderno de Encargos Político é a
Constituição da República Portuguesa.
2. Em segunda instância o Caderno de Encargos Político
são os Estatutos do Partido Político a que cada um pertence.
3. Em terceira instância esse mesmo Caderno de Encargos
Político arrola o compromisso eleitoral assumido aquando da candidatura,
perante o eleitorado.
Estas condicionantes implícitas a comportamento social dos
agentes políticos em exercício são literalmente ultrapassados com a maior
desfaçatez como se todos eles estivessem numa redoma de vidro de que só se vê
de dentro para fora na premissa de que a sua “cândida!” conduta é estatuto e
que, nós, os cidadãos, somos uma cambada de parvos que não conseguimos ver tudo
aquilo que se passa dentro da citada redoma que, sendo de vidro como já foi
referido, é transparente, e por isso nos mostra todas as nuvens que ensombram
os “ilustres” e lhes enlameia os movimentos e, sobre tudo, o vislumbre daquilo
que deviam ser as suas obrigações, já enumeradas, de que a efetiva
transparência ética e moral no comportamento não é uma evidência e fica a
dúvida se é, sequer, intenção…
Porque no que toca ao Caderno de Encargos que elaboraram
para o local onde se encontra o edificado de A Fábrica Confiança, a
única preocupação de relevo a considerar é o volume da densidade de tráfego
(transito) o que auspicia um aumento considerável de transito automóvel gerado
não se sabe porque espécie de construção a implantar. O resto é uma simples e
mal emaranhada retórica de tretas. Sobre a Fábrica de Saboaria e Perfumaria
Confiança a proposta de fundamentação da sua expropriação no tempo, assinada
pelo atual edil, é hoje, a prova de que a argumentação de intenção nela
contida, não passou disso mesmo. O fim... está à vista de todos, volvidos todos
estes anos.
E assim, o horizonte político, social e económico do espaço,
ficou sem o horizonte político do interesse publico da nossa memória coletiva
que mais uma vez fica, sem Confiança alguma no registo material e imaterial do
Legado e muito menos nos caminhos a desbravar rumo ao futuro!
Fica uma proposta para a posteridade:
MUSEU
DA MEMÓRIA DA CIDADE E DO CONCELHO DE BRAGA
1.
A cidade não dispõe de um MUSEU DA MEMÓRIA que perpetue e transmita às gerações seguintes um
conjunto de valores e de conhecimento sobre aquilo que foi a vida das pessoas
na cidade e no Concelho e de que ainda é possível recolher utensílios da
memória material e testemunhos da memória imaterial:
a)
as ferramentas usadas numa atividade que
perdurou séculos. A agricultura;
b)
as ferramentas utilizadas nas indústrias da
marcenaria;
c)
as ferramentas usadas na atividade dos
entalhadores que lavravam a madeira em peças de mobiliário de estilos diversos
e a talha dourada em altares que fazem da cidade a cidade do Barroco.
d)
As ferramentas usadas para trabalhar a pedra
transformando-a na arte da estatuária. Uma imagem de marca do Concelho (Bom
Jesus do Monte;
e)
a indústria da chapelaria que se destacou no
combate político pelos direitos dos trabalhadores (Rua do Taxa e Peões);
f)
a indústria de saboaria e perfumaria
(Confiança);
g)
a indústria da metalomecânica e de metalurgia
que foi um dos setores económicos mais relevantes (espalhada por todo o
Concelho) e que terá sido a indústria que mais empregos gerou;
h)
a indústria da moagem. Farinha e azeite;
i)
a indústria de veículos motorizados
(Pachancho);
j)
a ferragem de cavalos (Campo das Hortas);
k)
Os carroceiros;
l)
Os carteiros;
m)
a resistência ao fascismo;
n)
os movimentos cívicos corporativos;
o)
o cinema projetado de freguesia em freguesia;
p)
o folclore Concelhio;
q)
etc.;
Uma variedade inquestionável e
incomparável das memórias de que a cidade dispõe entre muitas outras e que
deviam ser alojadas nas antigas instalações da Fábrica A Confiança