… E,
em consequência, a nova perspetiva concecional
a ter sobre o modelo que a organização global deve prosseguir, em articulação
com as novas exigências comuns da fauna, da flora e de todos os ecossistemas
que constituem biodiversidade, importa repensar as lideranças nacionais e
internacionais em todos os domínios.
Mais
concretamente as lideranças políticas. Porque, sendo a liderança política a que
emana diretrizes legais e sobre as mesmas exerce fiscalização coerciva e
outras, influidoras e influenciadoras da forma e da condição de vida das
pessoas, depende sempre do julgamento destas.
A que
acresce o enfoque mediático com impacto social e de poder, e que por isso
também, criou uma áurea de tabu em seu redor de forma a coarctar o livre
exercício opinativo sobre a existência,
ou não, de uma crise sem precedentes Históricos no que ao exercício de liderança político partidária diz
respeito, criando assim, um vazio condutor de visão futura do mundo e das
sociedades, e sintomatologia de um estado de orfandade liderante na lide
partidária.
Esta matéria, a da liderança, é de
contorno complexo por imperativos de conjuntura abrangente e transversal a uma
conceção de sociedade completamente nova e em que as tecnologias, a inovação, o
conhecimento e a formação dos indivíduos atinge níveis acima da média
estabelecida, entre muitos outros fatores de relevo dignos de registo.
Questionam-se por isso as lideranças
impostas, face à dificuldade
extrema em vingar, salvo quando rodeadas pela incompetência servil e se por via corporativa
conseguirem impor dinâmica de grupo ou de lóbi de interesse. Liderança a que
restam duas vias: a da imposição pessoal por via ditatorial; a da imposição de
chefia por grupo influente no seio da organizaçãoo.
No entanto, estas lideranças, serão sempre de desgaste
rápido no tempo por falta de valores e referências de suporte. Pessoal e social.
Depois,
há a liderança que emerge com naturalidade em um contexto de aceitação democrática. Liderança assente na
capacidade em aprender a perceber o Homem e o mundo num contexto de mudança
permanente em que as novas realidades: sociais; políticas; económicas; e
outras; são fator determinante de juízo político permanente para o presente e
para o futuro das civilizações.
Assim
sendo, a 'Orfandade' de liderança que alguns ajuízam não ser responsáveis, é um
estigma estereotipado que os despe da experiência que arrogam, e que lhes é exigível -
porque para isso foram eleitos- e também porque a ciência
política
agrega correntes de opinião e do pensamento, e não o pensamento uno
personificado, e muito menos personagens dependentes do pensamento de quem quer
que seja!
A
liderança é uma questão
residente nos cenários local, nacional e internacional de há uns anos a esta
parte mais concretamente após a
'revolução tecnológica' nossa contemporânea, que sendo de
importância relativa para uns, e de importância vital para outros, não é um
drama existencial de fundo nem sequer de relevo para muitos outros, uma vez que
a diluição das lideranças omnipresentes se prende com a capacidade dos povos e
das civilizações em se autonomizarem. E as lideranças democráticas emergentes resultam da
vontade e do reconhecimento desses mesmos povos e das suas civilizações!
O que
acontece é, e bem, em democracia, qualquer cidadão ser elegível desde que reúna
as condições para o cargo a exercer a que se candidata suportado por um programa
de trabalho e rodeado de uma equipa de pessoas capazes.
Um
princípio em que cremos mas em que dificilmente acreditamos. Reflexo da
situação a que chegamos com uma das gerações teoricamente mais bem preparada
mas, efetivamente, sem preparação alguma naquela que é a matriz do raciocínio.
O pensamento!
Atravessamos
por isso uma das maiores, senão a maior crise de todos os tempos para a
Humanidade, porque as soluções encontradas são sempre soluções de laboratório
e, dificilmente, soluções do pensamento livre.