18/09/2018

Mariana Mortágua no Clube dos Pensadores – Em jeito de balanço



Para o primeiro debate do Clube dos Pensadores (CdP) depois das férias grandes, Joaquim Jorge convidou Mariana Mortágua, do BE, tendo o mesmo decorrido ontem, 17 de Setembro, no Hotel Holiday Inn, em Gaia.

Mariana Mortágua começou a sua intervenção neste registo: “Estou aqui porque cumpro sempre as promessas. E também porque João Semedo me disse que nunca deixasse de vir ao Clube”.


João Semedo era um amigo de Joaquim Jorge que apreciava muito os debates no Clube dos Pensadores, estando presente quer como convidado quer como assistente.


Continuou Mariana Mortágua: “Quero falar no O.E. mas antes quero fazer a retrospectiva de tudo que o B.E já fez e porque fizemos. Tem sido difícil mas não desistimos, conseguimos provar ser urgente travar um pouco o resultado e processo dos anos da troika. Porque sabíamos ser possível fazer diferente. Queríamos alavancar o governo e deixar marca. E isso temos feito nestes três anos com muitos confrontos e dificuldades, recuos e avanços: 3 anos de intensas negociações.


Sabíamos que os riscos eram muitos mesmo assim avançamos com propostas. O O.E. tem que ser ponderado negociado com tempo pois só assim se conseguirão realidades palpáveis. Pensamos no SNS, nas tarifas de energia e em mais 2 escalões de IRS.


Foi-nos dito que todas estas medidas eram impossíveis e caras e foi necessário muito trabalho para as trazer à luz.


Eram medidas justas pois só assim se gera emprego. São contrárias à ideia de que é necessário empobrecer para enriquecer. Sem isto o pais não cresce fragmenta-se sendo cada vez maior a desigualdade.


O BE tenta o mesmo com o OE 2019, tenta baixar o IVA e atacar as rendas e aumentar o salário mínimo que favoreça os mais pobres.


A habitação é um problema e a nossa ideia é dar às autarquias meios para resolver nesse sector.


Queremos propor e nunca deixar as promessas por cumprir.Mas é necessária muita coragem da esquerda e confesso-vos que tivemos falhas. Não evitamos os furos na costa alentejana por exemplo.


Há propostas sobre os salários baixos, a luta pelo SNS. Lutamos contra a ideia perversa que a doença é um negócio. A resposta que nos deram é que não há dinheiro para tudo. Mas sabemos que há sempre uma folga e ela está lá. Somos contra o cumprir-se as metas do défice


Uma das nossas propostas foi o descongelamento das pensões e até 800 euros os aumentos serem superiores à inflação.


Quanto aos professores, o BE entende que a classe é que deve negociar a fazer notar que toda a carreira deve contar”.


Mariana, no debate, fez um balanço da relação com o governo PS e o acordo de incidência parlamentar. À pergunta de Joaquim Jorge “se podia dizer algo sobre as negociações com o governo”, Mariana Mortágua foi lacónica e respondeu: “Continua-se a negociar várias matérias do OE 2019”. Percebeu-se alguma contenção e cuidado para que as negociações sobre pensões, reformas, entre outros, cheguem a bom porto. O segredo é alma do negócio.


A outra questão colocada por Joaquim Jorge, “se o BE está pronto para fazer parte de um governo em coligação com o PS”, Mariana respondeu da seguinte forma: “O BE com 10% já conseguiu bastante. Imaginemos com 15% ou 20%”.


Ficou a ideia na sala repleta que o BE está à altura de assumir responsabilidades num futuro governo após as eleições legislativas 2019, que se realizar-se-ão em Setembro ou Outubro.


Lino Dias 
director do Farol da Nossa Terra