Quando
Victor Gaspar disse "não há dinheiro", era mesmo a realidade do país
a sofrer as consequências de uma quase bancarrota, em que o PS de Sócrates e de
António Costa tinham deixado Portugal em 2011, e, em pleno programa de
assistência económica e financeira, vulgo TROIKA, portanto aquela frase dizia
tudo, nada mais era preciso acrescentar.
Agora
Mário Centeno repete as mesmas palavras, "não há dinheiro" quando se
fartou de bradar aos quatro ventos, que acabou a austeridade, que virou a
página, que é possível dar tudo a todos e termos o mais baixo deficit da
democracia, não está a dizer tudo. Quando diz "não há dinheiro" quer
mesmo dizer, por exemplo aos professores "não há dinheiro para vos
descongelar o tempo de serviço que o PS vos congelou em 2009" Mas há
dinheiro para comprar 7 navios para a Marinha, como anunciou o António Costa,
Mas há dinheiro para dar carros topo de gama aos 23 gestores da Parvalorem, que
gerem os activos do BPN que o mesmo PS nacionalizou e mandou para cima dos
contribuintes cerca de seis mil milhões de prejuízos.
O
discurso da chegada ao Paraíso está a ser substituído por um outro, mas é
preciso perceber porquê. O Economia está a desacelerar há nove meses
consecutivos, o BCE anunciou o fim do apoio às dividas soberanas, com redução para metade em Outubro e fim em Dez 2018, Será o fim das baixas taxas de juro com reflexo evidente na
factura de juros a pagar pela terceira maior divida da UE. A conjuntura
europeia e mundial está a arrefecer e a complicar-se por causa das relações
comerciais USA e UE e até China a que se acrescenta agora o Irão. O excelente
momento que a Europa e mundo viveu entre 2016 e 2018 em que PS de António Costa
e Centeno beneficiou por um lado tendo recebido um país em franca recuperação,
com reformas feitas e economia a crescer, e por outro com a conjuntura europeia
e mundial em crescimentos, baixas taxas de juro e petróleo barato, pouco teve
de fazer, senão aproveitar os ventos de feição e a navegar à vista, sem
reformar ou preparar o futuro. Começa a ser difícil esconder a verdade e os
alertas vão chegando. Do FMI, da EU e até o INE que não tem só boas noticias
para dar como no passado recente, o rendimento per capita está em 78% das média
da EU, quando em 1999 estamos em 84%. Somos na U.E. 22.ºpaís em crescimento e
já se prevê com segurança que no final de 2018 seremos ultrapassados pela
Lituânia, Eslováquia e Estónia . O indicador compósito que antecipa a evolução
da economia, desceu para 99.3 regressando a valores de Setembro 2013, em pleno
período de recessão e em resgate, sabendo-se que para se prever uma economia em
crescendo tem de estar acima de 100 pontos. A divida publica acima de 250 mil
milhões e a divida total da economia em 724,29 mil milhões representando 369,6%
do PIB.
Esta é a
realidade, que acredito António Costa, por uma questão de sobrevivência
política, forcará Mário Centeno a alterar o discurso e a prática, e a fazer muito do que não quer agora, e agravará a situação com
consequências já conhecidas por comparação com o passado. Sócrates com o país
em queda aumentou em 2,9% os funcionários públicos e baixou o IVA. Que irá
fazer António Costa para se manter no poder ? Prevejo que nada de muito
diferente pois as politicas de ambos são parecidas apenas com a diferença de
querer demonstrar através do controlo do deficit que é diferente, mas o
problema é a forma como o está a controlar. Aumentando impostos, temos a maior
carga fiscal dos últimos 22 anos, desta feita por via dos impostos indiretos e
cortando a torto e a direito de forma cega e desesperada, para se distinguir,
pelo controlo do deficit do PS de Sócrates de que António Costa foi seu número
dois no governo e no partido, porque no resto não faltam as semelhanças.Com o
país em queda Sócrates insistia no TGV. António Costa anuncia a compra de 7
navios para a Marinha fazendo lembrar Guterres com a compra dos 4 submarinos
depois de outro governo os reduzir a 2 submarinos.