15/06/2018

O “é fartar, vilanagem” da incompetência!




António Fernandes 
A incompetência é, nos dias de hoje, o rosto dos vários tecidos sócio económicos e de gestão pública mas também, privada.
É óbvio que, a máxima de que, “é a exceção que justifica a regra”, se aplica obrigatoriamente.
Temos assim, uma preocupação acrescida naquilo que toca ao presente mas também ao futuro e que deve ser posta a nu para que seja matéria de análise social de forma a serem encontradas as soluções exigíveis nos diversos domínios em que é notória raiando o escândalo pela sua evidência.
Há os de ontem e há os de hoje.
Os de ontem progrediram na carreira só porque se mantiveram durante anos a fio a fazer o mesmo. E por isso foram premiados ascendendo automaticamente a categoria superior, mesmo continuando a fazer o mesmo, mas auferindo salário correspondente à nova categoria.
Conclui-se por isso que a progressão na carreira é virtual uma vez que aquilo que houve foi um aumento salarial acima do aumento normal correspondente à indexação da inflação. No que toca ao exercício não há qualquer alteração.
O nível de responsabilidade e de responsabilização continua a ser o anterior.
Temos por esta via, um conjunto de profissionais a progredir na sua carreira, não porque se tenham destacado dos outros por motivo extraordinário, mas somente porque o contrato de trabalho o determina. Não porque tenham dado mostra de competência técnica ou  outra, mas tão só porque se limitaram a “cumprir calendário”, como soe dizer-se, e assim ostentam categoria profissional não condicente com o efetivo exercício de grau superior na escala das responsabilidades e de responsabilização para com a sociedade em geral.
Outros há que, frequentando cursos de formação profissional duvidosa, medidos em horas de formação que se presume intensiva, ostentam “capacitação” que, não é a mesma coisa relativa a competência ou capacidade e, assim, apresentam currículo para formulário de requisitos meramente burocráticos.
Sendo que, efetivamente, não possuem as capacidades relatadas por manifesta inexperiência para o efeito devido.
Depois, temos um vasto leque de especializações em diversos domínios efetuadas em ambiente ficcional. O que é completamente surreal porque quando confrontado com o exercício profissional efetivo nada resulta e tudo começa do inicio, incluindo a aprendizagem, ou então: “a porta da rua é a serventia da casa”, no setor privado, coisa que não acontece no setor público.
Depois, temos os de hoje.
Vulgarmente designados por “jotas” que, a meu ver, não são só as juventudes partidárias mas também todas as outras juventudes com laços familiares em Instituições de relevo e de influência.
No que toca a algumas jotas: as ligadas a claques; partidos políticos; organizações associativas com influência; entre outras; assiste razão aos que acusam publicamente de serem autênticas escolas de crime. Porque é aí que se dão os primeiros passos na aprendizagem de como se “assalta” o controlo de uma qualquer organização. Seja partido político, sindicato de classe, associação comunitária, clube de futebol, ou outra, em que os meios utilizados justificam os fins que visam para os envolvidos.
As jotas são, a continuidade da organização a que pertencem levando para as suas cúpulas todo o saber acumulado daquilo que não se deve fazer numa qualquer associação.
Por essa via, o acesso a cargo, publico e privado. Burocrático, operacional até, diretor geral (atuais CEO), são distribuídos entre si ficando os restantes exercícios profissionais para a população juvenil restante numa sociedade em sue, ter mais de 35 anos é um “atestado” de menoridade capacitante laboral e a aprendizagem foi substituída por uma licenciatura vazia de conteúdo social envolvente.
Neste contexto de autêntico lamaçal intelectual é de difícil progressão a competência por não se prestar a tal “fartar de vilanagem“, dando lugar a que seja a incompetência a progredir fazendo carreira e a ocupar a maioria dos lugares de destaque. Publico mas também privado.