António Fernandes |
Volvidos dois anos, entre o XXI e o XXII Congresso Nacional, o
PS apresenta-se aos Portugueses com duas faces: a da sua organização local e, a
da sua prestação enquanto governo de Portugal.
Se na primeira face há evidências de comportamento dúbio e obscuro em muitas circunstâncias.
Na outra face a evidência é a de um comportamento exemplar de
condução das políticas gerais estruturantes da Nação.
Esta constatação
comum levanta cenários de instabilidade nacional a partir da sua organização
Concelhia o que facilita caminho aos defensores da eleição do seu Secretário
Geral por militantes e simpatizantes assim como a pretensão de que o mesmo
processo seja aplicado em eleição de
candidato a cargo público.
O que denota interesse na construção de uma organização política
vazia de essência e, de
conteúdo financiado por interesses privados.
Findos os processos, o caderno eleitoral é destruído o que permite que um conjunto
alargado de cidadãos possa alterar a sua inscrição de simpatizante consoante a
eleição afeta.
Ou seja; a constituição alargada de sindicatos de voto
manipulado organizado.
Esta evidência é prenúncio de luta interna entre correntes
ideológicas que se tem vindo a extremar com objetivo claro: uns querem a
discussão do agora; outros querem alicerçar o presente para abrir caminho para
o futuro.
Talvez por isso o Governo PS da Nação tenha necessidade de procurar soluções fora do Partido.
Talvez por isso o Governo PS da Nação tenha necessidade de procurar soluções fora do Partido.
Porque dentro do Partido
há batalhas que urge travar. Nomeadamente a batalha da educação democrática que
combata condutas impróprias
de caciquismo retrógrado que tem vindo a minar a relação interna e por
essa via a desmoronar a estrutura de uma organização política da esquerda
democrática.
Volvidos estes anos, nada foi feito para a consolidação da discussão aberta, plural e
democrática.
E, enquanto isso não acontecer, o Partido Socialista continuará
a ser um grupo de pessoas ambiciosas sem a mínima preocupação para com os problemas
sociais comuns que afetam as pessoas tão só porque não querem a harmonia numa “casa” onde a crispação é o
seu “estado quotidiano” por vontade própria expressa quotidianamente.
Condição que colide de forma frontal com aquilo que tem sido o
trabalho desenvolvido pelo Governo do PS em áreas distintas como o são:
- a credibilidade;
- a transparência;
- a honra na palavra dada;
- a igualdade de oportunidades;
- a igualdade de género;
- o direito de opção
individual;
- a
recuperação económica;
- a recuperação
do crédito;
- a descentralização de competências
para o poder autárquico;
- o combate à desertificação;
- etc;
Com destaque para o Secretário Geral do PS atual
primeiro-ministro, António Costa, que se tem pautado por uma liderança eficaz naquilo que são
as regras de um trabalho em equipa com competências delegadas dando mostra de que as lideranças para o serem
devem ser democráticas
Quando o não são, os partidos políticos definham e tem final
anunciado como vai acontecendo no panorama internacional, em favor de
organização política sem definição
ideológica ao serviço de interesses não confessados.
Importa por isso que o XXII Congresso aponte diretrizes de
organização local democrática em que a regulamentação estatuária não possa ser violada e,
sempre que o for, não haja contemplação em sede de jurisdição.
Importa também que, as decisões superiores do Congresso sejam
respeitadas e não, um ritual para cumprir e que, depois de cumprido, se
arquiva!