António Fernandes |
Sinceramente,
que não sei muito bem qual a Confiança de um Rio confinado a margens estreitas
e poluídas.
Estreitas
porque as ambições do Rio se balizam por números redondos. Aqueles em que o
haver nem sempre combina com o deve sempre com o mesmo pretexto: O deve é coisa do passado. O haver é coisa que a Comunidade Europeia dirá,
se há, ou não há, € (euros) para certas pretensões. As do Rio, por exemplo.
Poluídas,
porque a pior poluição imaginável é a
poluição mental que dá a
forma ao executado.
Foram-se,
dizem, os fundos comunitários e, por isso, a alienação será a solução à vista
para a fábrica Confiança.
Dirão os
puritanos defensores do património imaterial, que no caso até é material, de
paredes exteriores em pé e
interiores demolidas pelas intempéries do tempo, a que o Rio se prestava antes
de ser edil, mas que depois de edil ser, mudou a agulha para outras visões bem
mais materiais porque estas coisas do imaterial custam dinheiro aos
contribuintes que, afinal, são o grosso da coluna dos cidadãos eleitores,
dirão, dizia eu, os defensores do património, que vamos assistir a mais um
atentado material ao imaterial que corporiza gerações de trabalhadores num
setor único desde sempre em Braga. O fabrico do sabão, sabonetes e outros!
Era o Rosa; o
Azul; o Branco; o aromatizado (tipo Clarim); todos em barra para
comercialização a granel a que mais tarde se vieram juntar os célebre sabonetes.
Era o mau
cheiro que se espalhava pela cidade sendo que desde os Peões às Goladas era nauseabundo e
insuportável mas a que as pessoas se iam acostumando porque não tinham outro
remédio.
Ou não tivesse
sido a Perfumaria e Saboaria Confiança uma das indústrias mais antigas da
cidade que deu trabalho a gerações inteiras ao longo de anos a fio.
- Património
material e imaterial da cidade. Da industria e, da memória coletiva! -
O Rio pensou
que galgaria a margem e que com fundos comunitários “plantaria flores” em
jardim abandonado.
Coisa que não
foi capaz de fazer na jóia da coroa de um Município que é, o seu ordenamento
urbanistico, para cujo declinio contribuiu decisivamente ao longo destes últimos quatro
anos, a caminho dos cinco,
e que se chama: grandes superficies comerciais.
Perante cujos
ineresses claudicou de forma rotunda!
Assim como
claudicou em toda a rede viária Municipal e Concelhia entre uma mão cheia de
promessas e uma outra cheia de nada no que à sua concretização diz respeito com
que brindou os bracarenses.
Ora, este Rio,
pensou que nas quatro paredes que delimitam a ruína da Confiança, mais os
terrenos anexos, faria algo que ninguém sabe o que seria, com o dinheiro dos
Europeus.
Correu-lhe mal
este vaticínio e ficou sem soluções de engenharia financeira e parceria
económica que desse vida ao espaço e ao local. - S. Vitor o Velho - .
Ruiu assim
mais uma margem onde edificou escarpa de confiança que se vai juntar a muitas
outras escalpelizadas em doze anos e que em quase cinco de mandato não concretizou uma que fosse, da sua
lavra.
Temos por isso
uma cidade em declínio acentuado em todas as vertentes que são a marca de
qualquer cidade europeia:
₋ As infraestruturas gerais;
₋ As redes de transportes;
₋ A sustentabilidade do Município;
₋
A
sustentabilidade de todos os agentes económicos;
₋ A reabilitação urbana;
₋ A qualidade de vida da população;
₋
A gestão condigna do espaço e de todas as
suas componentes;
₋
Entre
muitas outras responsabilidades sociais e políticas assumidas;
Do resultado
do exercício do mandato apura-se contração em todos os domínios da
responsabilidade maior de um Município que é o
de proporcionar aos seus Munícipes respostas eficazes a necessidades com que se
defrontam em conta natura com as festas que promove e a imagem que quer fazer
passar para o exterior.
Expectavam-se
investimentos:
₋
na
Cultura;
₋
no
reordenamento urbano com primazia para o Centro Histórico;
₋
na manutenção
da rede viária;
₋
nos
interfaces de transporte público;
₋
na
definição de políticas
para o turismo em geral;
₋
no
apoio eficaz às
Instituições de Solidariedade Social que cada vez mais são solicitadas por
utentes em fim de vida;
₋
entre
um leque alargado de responsabilidades da competência do Município que se ficam por
papéis porque a equipa gestora não está imbuída da sensibilidade que uma gestão económica de cariz social exige.
Não se trata por
isso de de falta de ambição
politica.
Do que se trata é de
um perfil de gestores que olham os Munícipes como receita e despesa. E que por
isso, não são capazes de discernir a componente social.
Nada mais!
Motivo que
elenca uma preocupação enorme: como é que uma equipa destas virá a gerir as
novas competências delegadas ou transferidas pelo poder central?
Fica a
pergunta.
Com ou sem,
Confiança...