02/12/2017

O PODER EMERGENTE É A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL



António Fernandes 
A luta política dos tempos modernos é uma luta complexa de difícil perceção para aqueles que, politicamente, pararam no tempo.
 A globalização implica interação económica Continental num tempo em que as pequenas empresas tecnológicas dominam e o emprego é escasso ou precário quando contratado a intermediários do trabalho temporário que, assumem o ónus de um processo vinculativo em que a sua receita é a diferença entre o preço porque compram e o preço porque vendem, a mão-de-obra, sem responsabilidades inerentes, uma vez que são escritórios ambulantes de contratação para terceiros em áreas em que a manufatura ainda é mais barata do que a robotização. Por pouco tempo, é certo. Mas que, enquanto durar, dura.
 Um dos setores mais dinâmicos no Concelho tem sido a área alimentar. Um setor fundamental para a vida das pessoas cujo abastecimento é oriundo de produção concentrada (ex. estufas e aquacultura;) com dois a três funcionários, procedimento industrial automatizado, assim como a produção animal em cativeiro em que, até os matadouros, dispensam a mão de obra. O transporte tendencialmente será um transporte artificialmente inteligente.
Nos domínios da embalagem: empacotamento, engarrafamento, enlatados e outros, é todo automatizado no procedimento e robotizado na ação.
As pessoas auto abastecem - se em inúmeros locais de venda direta e, já estão em funcionamento caixas automáticas para efetuar o pagamento.
A reposição de stocks também já é automática.
Isto na área alimentar, aonde, falar em criação de emprego, mesmo que temporário, é não saber em que mundo se vive se se tiver em conta a quantidade de empregos fixos eliminados. Assim como a desertificação das zonas envolventes aos postos de trabalho eliminados e a mega concentração de pessoas e viaturas em locais específicos com inquantificáveis danos físicos e morais permanentes para os em transito e todos os outros envolvidos, provocados.
A imprensa em papel está em vias de substituição total pelas plataformas digitais de consulta simples: telemóvel, PC, TV e outros.
Os fornecedores de informação já são plataformas comuns aonde se coloca a informação a partir de qualquer local.
A industria transformadora é aquela aonde os efeitos da inovação tecnológica mais se fazem sentir por ser nesta que o seu desenvolvimento é mais acentuado a que se seguem os serviços, a extração e a produção, até ao consumo.
Não foi por acaso que em 2011, na Alemanha foi criado o conceito 4.0, um conceito em que a intervenção Humana no processo produtivo, de transformação e outros é, zero.
Logo, presumir que as dinâmicas multinacionais de produção, transformação, serviços e distribuição, criam postos de trabalho é de uma autentica barbaridade intelectual. Por ser desajustada e mostra de desconhecimento sobre o que são as novas condições de vida em sociedades avançadas. E que, não vão parar, porque não podem parar.
A evolução tecnológica é uma realidade conjuntural de futuro positiva.
A questão está em que, as sociedades tem de ser preparadas para esse embate já em curso e não o estão a ser.
Um embate que vai exigir uma maior distribuição do PIB global e por essa via vai exigir também o encurtamento das diferenças entre ricos e pobres.
Não perceber isto é, como disse, não ter a noção da nova realidade económica global e, tentar, por puro revisionismo ideológico distrair o semelhante. Coisa impossível porque a comunicação é permanente e eficaz. Salvo para quem sempre dirá que: a pedra, não é pedra. É madeira!
 A circulação de capitais, seja ela qual for, é uma norma reguladora do poder internacional.
Poder esse, que tem tido diversas formas de aplicação e de exercício, ao longo da História.
Nos tempos correntes o poder é colegial e transitório.
O dinheiro deixou de ter sustentabilidade em matéria prima de referência, para ser um mero mecanismo virtual.
Mas, mesmo assim, graças ao citado poder colegial repartido, as organizações com maior pendor de influência social, dominam o poder político através dessa mesma influência tentando reverter as suas atividades futuristas para conceções ideológicas retrógradas de forma a travar dois fatores importantes: a educação; a distribuição da riqueza produzida;
Simplesmente, o crescimento da densidade Humana, as necessidades que gera e a atividade de todos os agentes económicos criam polos de contradição, um dos pilares da teoria Marxista "as contradições do sistema capitalista no seu estádio imperialista ou neoliberal" ditam as regras da sobrevivência e conduzem as sociedades para o progresso por não haver outra alternativa.
As teorias da miséria e do caos não beneficiam ninguém. A não ser em ditadura militar que presumo, no atual estádio social, ser impensável: para o agente económico e para o consumidor.
Penso inclusive ser, mais prejudicial para o agente económico do que para o cidadão comum, consumidor.
Porque, se um tem tudo a perder, o outro, nada tem a perder.
 Neste contexto, simplista é certo, o poder emergente é, de facto, o poder da inteligência artificial.