António Fernandes |
Os media já ganharam as eleições
autárquicas de Braga ao centrarem em si a agenda política de todos os
candidatos.
Uma agenda que ultrapassou de longe a
mera informação para ser o centro da atenção dos agentes políticos ao ponto de
condicionarem a sua intervenção cívica à matéria saída desses debates
monolíticos para os quais se muniram dos elementos que cada um ajuizou ser do
seu interesse.
Foram cinco, os debates organizados por
diversos meios de comunicação social, a que todos os candidatos acorreram em
busca do mediatismo necessário que os torne conhecidos do eleitorado, de forma a
que, “conhecendo-os”, neles votarão por este ou aquele
motivo.
Temos assim um dos estigmas da classe
política em uso corrente. Que se presume ser, fazer política sem sair de casa,
sem qualquer calor humano, longe dos cidadãos, fazendo promessas a ninguém
porque não tem ninguém à sua frente. Uma conversa monolítica para um microfone
sem ouvir o que quem está do outro lado tem a dizer; a reclamar; a
exigir;
Esta conduta não é, de todo, a conduta
que o cidadão eleitor pretende de uma campanha eleitoral.
O cidadão eleitor exige de todos os
agentes políticos esclarecimento convincente de acordo com aquilo que dizem,
através dos media, vir a fazer quando forem poder, mas preferia com certeza ter
podido perguntar diretamente a cada candidato que soluções tem para os seus
problemas em concreto.
Não é desta feita, com esta forma de
fazer campanha eleitoral, que o cidadão eleitor sentirá motivação acrescida para
cumprir o seu dever cívico que é, votar.
Assim sendo, nem os políticos mostram
preocupação com os índices de abstenção crescente, nem o cidadão se sente
motivado para votar em quem prefere falar para um microfone do que falar com um
Ser Humano que o confronte. Sendo que, quem lhes paga o salário são esses mesmos
cidadãos, independentemente de se terem ou não deslocado às assembleias de voto
para exercerem um direito que lhes é conferido pelo direito constitucionalmente
consagrado.
Condição que não desculpabiliza nenhum
dos interlocutores que não cumpre com as suas obrigações publicas e
sociais.
Porque, a cidadania em geral arcará com
as consequências das decisões que o voto ditar. Para o bem e para o
mal.
A cidade está amorfa, enclausurada, sem
ideias para o seu futuro.
A cidade está perdida, deprimida,
estéril.
A cidade carece de pessoas inteligentes
que assumam as suas responsabilidades cívicas e que se assumam politicamente com
ideais claras. Sem tibiezas nem manobras de diversão tão comuns nesta nova vaga
de políticos locais de baixo valor.
Uma autentica falácia num tão grande
momento da vida política da cidade, para a cidade.
A cidade é construída de acordo com as
necessidades das pessoas. Não pode ser uma consequência de interesses de algumas
pessoas impostos às restantes pessoas.
É deste exercício condicionado por opção
política de cariz ideológico que os Bracarenses serão mais ou menos prejudicados
ou, mais ou menos beneficiados.
Daí, a importância do
voto.