António Fernandes |
Não nos bastava ter nos partidos e
movimentos políticos e sociais uma rara casta de supostos dirigentes com
aspirações a lideres de coisa alguma seja ela qual for, para estarmos a ser
confrontados com uma presumida elite que se auto exclui do diálogo construtivo
aonde se congeminam a articulação dos interesses sociais e ambientais existentes
na corrente do tempo em que os elos são o suporte da racionalidade cognitiva
aonde assenta a razão, se aceite pelos pares, e em que cada elo é estudado em
pormenor de forma a que não se quebre e por consequência quebre os restantes, ou
parte deles, desequilibrando o ciclo natural da relação da matéria e das
partículas que a constituem, sem que consigamos explicar com consistência as
causas do atual fenómeno que atravessa um extrato significativo de pessoas que
consideram a política como sendo um mero exercício de critica depreciativa dos
seus congéneres em exercício, em tudo aquilo que façam, partindo de uma premissa
simples. A de que fariam melhor.
Não é liquido que assim seja uma vez que
a nossa experiência na cidade de Braga é a de que assim não foi aquando da
mudança em 2013 porque aquilo que aconteceu foi a estagnação do ciclo de
crescimento em que o Concelho se encontrava, em plena crise do setor da
construção civil com o setor imobiliário e financeiro a ele afeto a ser
fortemente pressionado pela crise despoletada nos EUA, mas que as medidas
estruturantes existentes souberam colmatar e esbater através de um vasto tecido
económico de pequenas empresas transformando a micro economia em suporte do
embate económico e financeiro de então, esmorecendo os seus efeitos diretos e,
servindo de escudo aos seus efeitos colaterais.
Aquilo que aconteceu foi, continuarem os
visados a criticar de forma depreciativa o legado e, volvidos quatro anos,
reivindicarem como seus os feitos dos seus antecessores. Uma autentica fraude
visando apropriação indevida. Uma apropriação com laivos de disfunção
intelectual dos seus mentores ao não mostrarem a mínima decência na conduta
dando mostra de que, para eles, vale tudo. Mas não vale. Porque, a verdade
política é que faz a História das civilizações. A mentira é sempre motivo de
estudo e de reposição da verdade Histórica como o comprovam as correções que tem
sido feitas desde que o Homem atingiu picos de conhecimento que lhe permitem
apurar as origens e os trajetos dos feitos e dos factos.
Nesta lógica de sequências com
consequências sociais, os empinados agentes políticos da citada vaga, nada
fizeram de significativo no âmbito restrito daquilo que é a ciência política.
Quiçá, porque não fazem a mínima ideia sobre como o fazer. Até porque a matéria
em causa envolve dissecar todas as formas de vida conhecidas e as não conhecidas
cientificamente. O seu histórico de desenvolvimento e quais as perspetivas
futuras.
Aquilo que fizeram foi aprofundar o
fosso que faz a diferença entre os que mais necessitam de apoios e os que não
necessitam de apoios nenhuns. Ao ponto de, escandalosamente, compararem em
igualdade direitos todos os cidadãos independentemente dos seus
rendimentos.
Ou seja; os mais pobres estão sujeitos
ao rácio apurado, decorrente de um conjunto alargado aonde a distribuição não
separa os mais ricos dos mais pobres a pretexto de uma igualdade no acesso que
só quem não tem sensibilidade nem a noção daquilo que é a pobreza, consegue
discernir.
Não estamos sequer na fase ideológica da
preparação política.
Estamos perante a mediocridade daquilo
que tem sido o pensamento político no Concelho em resultado da falta de conteúdo
ideológico nesse mesmo pensamento. Um conceito que se aplica aos supostos
políticos do improviso em geral e não só aos que estão no exercício do
poder.
O político do improviso é aquele que
consegue criar factos aonde eles não existem, encontrar soluções com a
facilidade com que se encontra terra arável num campo e, apresentar em formato
power point um painel de miragens com tiradas demagógicas sobre o que pensa como
se fossem soluções para a comunidade e, pouco mais. Ou, nada mais!
Estamos perante um conjunto de sinergias
difusas que entrosam o pensamento político comum vazio de conteúdo ideológico
motivado pelo envolvimento de fatores corriqueiros de um quotidiano respigado em
que as reais carências da sociedade em geral são omitidas. Umas com
premeditação. E outras por pura e simples ignorância conjuntural dos
envolvidos.
O direito à opinião é um direito
Constitucional assim como o são muitos outros de entre os quais de destaca a
liberdade de cuja condição se extraem interpretações dúbias o que permite a cada
individuo ajuizar que a sua liberdade pode prejudicar a liberdade alheia só
porque tem essa liberdade.
Não é assim.
A liberdade de cada um termina, no
preciso momento em que invade a liberdade alheia.