29/08/2017

OS POLITICOS DO IMPROVISO



António Fernandes 
Não nos bastava ter nos partidos e movimentos políticos e sociais uma rara casta de supostos dirigentes com aspirações a lideres de coisa alguma seja ela qual for, para estarmos a ser confrontados com uma presumida elite que se auto exclui do diálogo construtivo aonde se congeminam a articulação dos interesses sociais e ambientais existentes na corrente do tempo em que os elos são o suporte da racionalidade cognitiva aonde assenta a razão, se aceite pelos pares, e em que cada elo é estudado em pormenor de forma a que não se quebre e por consequência quebre os restantes, ou parte deles, desequilibrando o ciclo natural da relação da matéria e das partículas que a constituem, sem que consigamos explicar com consistência as causas do atual fenómeno que atravessa um extrato significativo de pessoas que consideram a política como sendo um mero exercício de critica depreciativa dos seus congéneres em exercício, em tudo aquilo que façam, partindo de uma premissa simples. A de que fariam melhor.
Não é liquido que assim seja uma vez que a nossa experiência na cidade de Braga é a de que assim não foi aquando da mudança em 2013 porque aquilo que aconteceu foi a estagnação do ciclo de crescimento em que o Concelho se encontrava, em plena crise do setor da construção civil com o setor imobiliário e financeiro a ele afeto a ser fortemente pressionado pela crise despoletada nos EUA, mas que as medidas estruturantes existentes souberam colmatar e esbater através de um vasto tecido económico de pequenas empresas transformando a micro economia em suporte do embate económico e financeiro de então, esmorecendo os seus efeitos diretos e, servindo de escudo aos seus efeitos colaterais.
Aquilo que aconteceu foi, continuarem os visados a criticar de forma depreciativa o legado e, volvidos quatro anos, reivindicarem como seus os feitos dos seus antecessores. Uma autentica fraude visando apropriação indevida. Uma apropriação com laivos de disfunção intelectual dos seus mentores ao não mostrarem a mínima decência na conduta dando mostra de que, para eles, vale tudo. Mas não vale. Porque, a verdade política é que faz a História das civilizações. A mentira é sempre motivo de estudo e de reposição da verdade Histórica como o comprovam as correções que tem sido feitas desde que o Homem atingiu picos de conhecimento que lhe permitem apurar as origens e os trajetos dos feitos e dos factos.
Nesta lógica de sequências com consequências sociais, os empinados agentes políticos da citada vaga, nada fizeram de significativo no âmbito restrito daquilo que é a ciência política. Quiçá, porque não fazem a mínima ideia sobre como o fazer. Até porque a matéria em causa envolve dissecar todas as formas de vida conhecidas e as não conhecidas cientificamente. O seu histórico de desenvolvimento e quais as perspetivas futuras.
Aquilo que fizeram foi aprofundar o fosso que faz a diferença entre os que mais necessitam de apoios e os que não necessitam de apoios nenhuns. Ao ponto de, escandalosamente, compararem em igualdade direitos todos os cidadãos independentemente dos seus rendimentos.
Ou seja; os mais pobres estão sujeitos ao rácio apurado, decorrente de um conjunto alargado aonde a distribuição não separa os mais ricos dos mais pobres a pretexto de uma igualdade no acesso que só quem não tem sensibilidade nem a noção daquilo que é a pobreza, consegue discernir.
Não estamos sequer na fase ideológica da preparação política.
Estamos perante a mediocridade daquilo que tem sido o pensamento político no Concelho em resultado da falta de conteúdo ideológico nesse mesmo pensamento. Um conceito que se aplica aos supostos políticos do improviso em geral e não só aos que estão no exercício do poder.
O político do improviso é aquele que consegue criar factos aonde eles não existem, encontrar soluções com a facilidade com que se encontra terra arável num campo e, apresentar em formato power point um painel de miragens com tiradas demagógicas sobre o que pensa como se fossem soluções para a comunidade e, pouco mais. Ou, nada mais!
Estamos perante um conjunto de sinergias difusas que entrosam o pensamento político comum vazio de conteúdo ideológico motivado pelo envolvimento de fatores corriqueiros de um quotidiano respigado em que as reais carências da sociedade em geral são omitidas. Umas com premeditação. E outras por pura e simples ignorância conjuntural dos envolvidos.
O direito à opinião é um direito Constitucional assim como o são muitos outros de entre os quais de destaca a liberdade de cuja condição se extraem interpretações dúbias o que permite a cada individuo ajuizar que a sua liberdade pode prejudicar a liberdade alheia só porque tem essa liberdade.
Não é assim.

A liberdade de cada um termina, no preciso momento em que invade a liberdade alheia.