A pior coisa que pode acontecer com a idade, tirando alguma doença grave, é ficarmos velhos. O segredo está em saber envelhecer e retardar ao máximo essa ferrugem da vida. Eu procuro dar luta ao meu corpo e fazer-lhe ver que não desisto de viver à minha maneira sem cair no ridículo.
Uma pessoa com 60 anos é um proscrito social, parece que não pode divertir-se e gozar a vida. Todavia tem que saber estar e não fazer figuras tristes. A arte e o engenho estão com o avanço da idade readaptar-se constantemente às novas situações e limitações.
As pessoas devem assumir a sua idade, fazerem pela vida e serem felizes. Mas acreditem que custa.
Ficar velho é uma chatice. Esse provérbio transformado em slogan dos velhos, "quem andou não tem para andar", não o aceito de todo. Eu não me resigno e concordo que já não posso "andar" - viver e fazer o que sempre fiz: sair à noite, jogar futebol, deitar-me tarde e divertir-me.
É preciso muita força de vontade.
Faz-se tudo muito mais lentamente, pensa-se muito antes de tomar uma decisão, que pode ficar adiada eternamente. Continuo a jogar futebol e tenho assiduamente pequenas lesões, mas não desisto de jogar.
O meu problema como muitos de nós - é que a cabeça não acompanha o corpo (felizmente).
Na minha idade jogo com amigos muito mais novos do que eu, e muitas das vezes, com o meu filho. Os "rapazes" da minha idade só pensam em jantaradas e estão todos estourados, ou é dores de coluna, ou muito gordos, ou joelhos todos empenados e com várias operações.
Mas, confesso-vos que uma grande parte deles têm preguiça de fazer exercícios e as suas mulheres não os deixam sair.
Como diz um amigo meu," quando me reformar não quero ficar à espera de ser enterrado". A grande maioria das pessoas quando se reforma morre, não fazem nada e tem uma vida tediosa. Parece que estão à espera do seu funeral.
É fundamental continuar em actividade e arranjar uma ocupação que nos exercite a mente. Cada vez mais a terceira idade está out, o que está a dar é a quarta idade e o prolongamento da esperança de vida com alguma qualidade.
Com a idade há algumas limitações: ver mal, lapsos de memória, dificuldades físicas, a sensação de descoberta desapareceu, falta de paciência para aturar determinadas situações, entre outras.
Mas nunca devemos desistir de viver, mesmo com artrose.
