24/08/2017

A INSTABILIDADE: O MEDO; O TERROR; O TERRORISMO (parte III)




António Fernandes 
Neste contexto as sociedades deparam-se com lideranças sem preparação que as capacite para e resolução dos problemas existentes e sem soluções alternativas, sem saber rigorosamente nada sobre o que e, como, o fazer, num cenário de guerras civis e tribais em que impera a Lei do mais forte.
Abandonam as suas casas, as suas famílias, os seus Países e, deslocam-se em massas migratórias em busca de soluções que não encontram nos Países periféricos aonde são enclausurados em acampamentos em condições paupérrimas na expectativa de que as Nações Unidas os encaminhem para Países de acolhimento que devido ao envelhecimento das suas populações ativas tem necessidade de mão de obra não qualificada para a prestação de serviços sem necessidade especifica de qualificação.
Coloca-se então, aos Países desenvolvidos, a procura de soluções para a sua juventude, que mesmo sendo residual em alguns casos, é uma juventude qualificada com expectativas de futuro elevadas porque foram essas as expectativas que lhes foram incutidas ao longo da sua vida escolar e educativa de mais de duas décadas preparando-os para desafios qualitativos.
Aqui chegados, são confrontados com um vazio enorme de oportunidades que não aparecem porque a automação e automatização dos procedimentos industriais, de serviços e outros, lhes roubam essa expectativa e defraudam toda uma construção intelectual virada para o seu futuro e o dos seus sonhos.
Identificados com as novas tecnologias estas gerações percorrem o globo com o simples manusear de um teclado (à distância de um clic) em busca da oportunidade que nunca lhes foi facultada.
Encontrada essa oportunidade nela aplicam o seu conhecimento e porque aprenderam a ser disciplinados assimilam com facilidade os ensinamentos ministrados. Aceitam os dogmas porque essa matriz foi-lhes incutida embora com outros objetivos e de pacatos rapazes passam a “ferozes terroristas” à velocidade da luz.
Não são fanáticos mas sujeitam-se a treinos especializados para atividades com que não se identificam mas que são satisfatoriamente remuneradas na presunção de acautelarem a velhice com uma pé de meia razoável. Motivo pelo qual não é, de todo, estranho, que haja atentados terroristas perpetrados por jovens cidadãos europeus.
No que ao surto de emigrações diz respeito para os Países Europeus, as comunidades nacionais e as migrantes fecham-se sobre si gerando dificuldades interativas de integração social e de inclusão ativa de que sobressai a rebeldia juvenil nem sempre da forma mais conveniente para a paz social. E quando menos se espera. Nuns casos é pontual ou factual e noutros casos é premeditada.
Esta mistura de culturas produz efeitos previsíveis no confronto de ideias, hábitos, usos e costumes, uma vez que o histórico de vida de cada um é diferente e que por isso necessita de tempo para se articularem de forma harmoniosa. Coisa que só a evolução do conhecimento e do saber resolve e soluciona em conformidade.
Talvez por isso a exigência social se devesse centrar nos habitats forçando a criação de condições propicias de acordo com a Carta internacional dos Direitos do Homem.