19/07/2017

Os partidos políticos são os seus militantes!



António Fernandes 
Um partido político que enjeita a colaboração dos seus militantes ativos recorrendo a pessoas que ao não se filiarem nele estão a dar sinal inequívoco de que não é por esse partido politico que sentem estar representados os seus interesses, deixa de ser um partido politico para passar a ser um grupo de pessoas que se servem desse partido para não terem o trabalho de ter de executar o procedimento previsto na Lei a fim de poderem apresentar uma candidatura a Órgão Autárquico.
Este procedimento em que há cumplicidade na duplicidade do critério político porque se esconde por de trás do principio estatutário uma autentica farsa a pretexto de uma abertura ao cidadão considerado simpatizante e a outros que lhe não nutrem simpatia nenhuma mas que lhes dá jeito, a composição das listas de candidatura.
Esta conduta das cúpulas dirigentes esvazia o conteúdo ideológico e esvazia os próprios partidos que já só servem como meio para contornar a Lei eleitoral que impõe regras eletivas aos partidos e aos grupos de cidadãos.
Enfrentam assim, os partidos políticos, um déficit estrutural que nos mostra a sua fragilidade operacional e a inexistência de lideranças capazes em os organizar em torno dos mecanismos legais de que dispõe de forma a garantir aos seus militantes e apoiantes o respeito devido aos princípios que seria suposto defenderem.
Em pleno século XXI apura-se que a representatividades politica partidária é nula e que as suas politicas são ocasionais e submissas.
As suas estruturas locais resultam de acordos de convergência de interesses e o poder navega à vista das conveniências de clãs.
Talvez por isso o cidadão não nutra qualquer simpatia fidelizada a qualquer partido politico e siga caminho de animosidade uma vez que os seus interesses comuns não são defendidos.
Perante este cenário que desvirtua o principio da organização social em torno dos partidos políticos torna-se imperioso discutir a sua essência e representatividade e em consequência disso a sua própria existência.
Ou então, proceder à reorganização do formato politico partidário retirando-lhe o fundamento ideológico.
Ou... pela via do Estatutariamente estipulado questionar tudo aquilo que dá corpo aos atuais corpos dirigentes dos partidos políticos refundando o principio da forma e do projeto político que defendem como modelo de organização social.
A agonia em que os partidos políticos existentes se encontram é por demais evidente no resultado eleitoral em que, a abstenção lhe serve de barómetro.
Um indicador incontornável do divórcio existente entre os partidos e os cidadãos. As pessoas. A sua essência e razão de ser.
Um divórcio de interesses, entre quem dirige e quem dá corpo à organização levando para o seu interior aquilo que são os interesses e as necessidades das pessoas. 
Porque, sem pessoas, não há necessidade nenhuma de partidos políticos!