António Fernandes |
Um partido político que enjeita a colaboração dos seus militantes
ativos recorrendo a pessoas que ao não se filiarem nele estão a dar sinal
inequívoco de que não é por esse partido politico que sentem estar representados
os seus interesses, deixa de ser um partido politico para passar a ser um grupo
de pessoas que se servem desse partido para não terem o trabalho de ter de
executar o procedimento previsto na Lei a fim de poderem apresentar uma
candidatura a Órgão Autárquico.
Este procedimento em que há cumplicidade na duplicidade do critério
político porque se esconde por de trás do principio estatutário uma autentica
farsa a pretexto de uma abertura ao cidadão considerado simpatizante e a outros
que lhe não nutrem simpatia nenhuma mas que lhes dá jeito, a composição das
listas de candidatura.
Esta conduta das cúpulas dirigentes esvazia o conteúdo ideológico e
esvazia os próprios partidos que já só servem como meio para contornar a Lei
eleitoral que impõe regras eletivas aos partidos e aos grupos de cidadãos.
Enfrentam assim, os partidos políticos, um déficit estrutural que nos
mostra a sua fragilidade operacional e a inexistência de lideranças capazes em
os organizar em torno dos mecanismos legais de que dispõe de forma a garantir
aos seus militantes e apoiantes o respeito devido aos princípios que seria
suposto defenderem.
Em pleno século XXI apura-se que a representatividades politica
partidária é nula e que as suas politicas são ocasionais e submissas.
As suas estruturas locais resultam de acordos de convergência de
interesses e o poder navega à vista das conveniências de clãs.
Talvez por isso o cidadão não nutra qualquer simpatia fidelizada a
qualquer partido politico e siga caminho de animosidade uma vez que os seus
interesses comuns não são defendidos.
Perante este cenário que desvirtua o principio da organização social
em torno dos partidos políticos torna-se imperioso discutir a sua essência e
representatividade e em consequência disso a sua própria existência.
Ou então, proceder à reorganização do formato politico partidário retirando-lhe o fundamento ideológico.
Ou... pela via do Estatutariamente estipulado questionar tudo aquilo que dá corpo aos atuais corpos dirigentes dos partidos políticos refundando o principio da forma e do projeto político que defendem como modelo de organização social.
Ou então, proceder à reorganização do formato politico partidário retirando-lhe o fundamento ideológico.
Ou... pela via do Estatutariamente estipulado questionar tudo aquilo que dá corpo aos atuais corpos dirigentes dos partidos políticos refundando o principio da forma e do projeto político que defendem como modelo de organização social.
A agonia em que os partidos políticos existentes se encontram é por
demais evidente no resultado eleitoral em que, a abstenção lhe serve de
barómetro.
Um indicador incontornável do divórcio existente entre os partidos e os cidadãos. As pessoas. A sua essência e razão de ser.
Um indicador incontornável do divórcio existente entre os partidos e os cidadãos. As pessoas. A sua essência e razão de ser.
Um divórcio de interesses, entre quem dirige e quem dá corpo à
organização levando para o seu interior aquilo que são os interesses e as
necessidades das pessoas.
Porque, sem pessoas, não há necessidade nenhuma de partidos políticos!
Porque, sem pessoas, não há necessidade nenhuma de partidos políticos!