08/05/2017

A pedra é como a educação. Também se trabalha.



António Fernandes 
Há por aí uma nova forma de esculpir a "pedra" em que parte da massa cerebral se transformou independentemente da escolaridade, idade, ascendência social, exercício profissional, ou outro.
O meu avô, mestre pedreiro, de nome Manuel Fernandes, já falecido, que esculpiu parte da estatuária existente no Bom Jesus do Monte, cedo se habituou a lavrar com cinzel pedaços de granito com a dimensão ajustada ao artefacto pretendido.
Outros tempos. Tempos em que a educação ministrada pelo regime só estava ao alcance de alguns, Por isso, a liberdade e criatividade do pensamento intelectual era autodidata.
Com os novos tempos, a formatação do intelecto progrediu no sentido do conhecimento mas regrediu naquilo qur são os valores Humanos.
Importa por isso fazer acto de contrição e perceber o que se passou no ensino nas ultimas quatro décadas.
Porque os exemplos com que nos defrontamos são maus de mais para que se conclua com ligeireza única e exclusivamente responsabilidade politica sabendo nós que os politicos que temos são um produto resultado.

A classe docente que emergiu de um processo com necessidades especificas ao tempo não se preocupou o suficiente com a excelencia que a sua responsabilidade inerente obrigava e, quatro décadas depois, os resultados estão ai:
- Falta de autoestima;
- Falta de referencias;
- Falta de confiança;
- Falta de iniciativa;
- Falta de vontade;
- Falta de soluções;
- Falta de capacidade de autocritica;
- Falta de capacidade em assumir os erros cometidos;
Num vasto leque de limitação autónoma conhecida.
Formou-se um "exército" de tecnicos servis em qualquer parte do globo.
O que não se foi capaz de formar foi uma geração de Homens genuinos preparados para enfrentar, corrigir e resolver vicissitudes surgidas com a alteração de àbitos, usos e costumes, em função da nova realidade implicita à exploração e transformação dos bens essenciais à vida.
A realidade é outa.
As necessidades são outras.
A organização social é outra.
Esta percepção por parte do poder oculto afeto à direita mais conservadora faz com que se mova em defesa do ensino privado. E no retrocesso do sistema educativo publico porque o seu controlo é impossivel. Depende sempre da competencia, conhecimento e capacidade dos seus profissionais.
Não se trata de quem financia.
Do que se trata é de que o que pretendem é travar o acesso ao conhecimento porque a cultura já a condicionaram financeira e socialmente há séculos!