02/02/2017

O PS, a cidade e o futuro (3)



António Fernandes 
A cidade aparece assim como a ultima prioridade da classe politico-partidária no campo das ideias a trabalhar uma vez que a sua primeira prioridade é a confeção das Listas aos Órgãos a que se candidata permitindo ao candidato escolhido, por eleição interna ou outro processo, a delineação de quais serão as suas prioridades de campanha e que normalmente não são as prioridades da cidade. Até porque, a prioridade das prioridades de qualquer dos candidatos é ganhar a eleição. O seu maior problema é, se perder a eleição.
Trabalha-se até à exaustão a imagem do candidato, que mais não é do que o primeiro candidato, candidato a presidente de Câmara Municipal, de uma lista de candidatos a cargos e de que é cabeça de lista, centrando-se nele toda a dinâmica do processo, ou dos processos uma vez que as eleições são distintas: Câmara Municipal; Assembleia Municipal; Assembleia de Freguesia; No caso das Freguesias há um exercício autónomo de trabalho politico por em causa estar o cargo de presidente da junta que ombreia, na freguesia, com a candidatura ao Município.
Os programas eleitorais partidários não são suficientemente explicitados aos eleitores que na sua grande maioria os desconhece. São demasiado pobres de essência nos conteúdos e de ideias inovadoras por manifesto desconhecimento das necessidades que são prioritárias no tempo e na cidade aos seus cidadãos. Não contemplam o espaço Concelhio nem apresentam soluções para o Concelho no seu todo, de forma a darem mostra de possuir visão estratégica ampla e de coesão social no território que abrange por forma a harmonizar todas as sinergias interativas de que resulte um bom programa eleitoral para um mandato tendo em conta a sua localização geoestratégica assim como as potencialidades dos recursos e também a planificação do seu crescimento sustentado em que apresentam as suas candidaturas.

Não há qualquer plataforma de convergência em que se apurem estratégias comuns que deveriam funcionar ao nível de um PDC-Plano Diretor para o Concelho que envolvesse na sua conceção todos os parceiros ativos e proativos nomeadamente as freguesias. Mais, esta dinâmica deveria ter uma lógica regional de convergência estratégica por períodos nunca inferiores a doze anos sujeita a aprofundado estudo de impactos: social; ambiental; económico; crescimento sustentado; mobilidade; outros;
Reconhecido que é, disporem os partidos políticos de quadros técnicos credíveis em espécie e domínio, não ser comum a sua participação ativa na elaboração da documentação necessária de suporte a um programa eficaz, recorrendo os citados partidos a estudos externos de que se vem apurar não responderem no essencial aos anseios e aspirações pretendidas pelas populações por serem desconexos e avulso. A que acrescem rivalidades pessoais de ambição que nada tem que ver com o propósito da candidatura, tal qual ela é apresentada ao eleitorado.

O Partido Socialista, partido politico com responsabilidade na governação do Município de Braga durante quase quarenta anos, enfrentou uma conjuntura complexa em que as carências politicas e sociais no tempo eram de índole geral, num período de transição de um sistema politico totalitário para um sistema politico democrático, com algumas convulsões militares e politicas graves à mistura, e em que as movimentações de reivindicação popular giravam em torno do celebrizado refrão de uma canção que as reproduziu na integra: “Só há liberdade a sério quando houver, A paz, o pão, habitação, saúde, educação”.
Este lote de reivindicações era, no tempo, o despoletar de um conjunto de necessidades básicas daquilo que é elementar à condição Humana, até porque, as condições de vida e de salubridade publica, eram paupérrimas. A estabilidade social não existia. A emigração era uma realidade incontornável. A guerra colonial uma ferida que urgia sarar estancando-lhe o sangue que jorrava. O pequeno comércio e a pequena industria existentes no tempo eram, na sua quase totalidade, atividades económicas de exploração familiar.
Braga era uma cidade com poucos homens porque a sua maioria estava emigrado ou na guerra colonial e os restantes eram caseiros de terras e operários. As mulheres, maioritariamente, cuidavam dos filhos que tinham, em numero elevado, por questões de influência religiosa, ajuda nas lides agrícolas e domesticas, ajuda na receita pecuniária para o lar, mas também porque o índice de analfabetismo existente era bastante elevado.

Assim sendo, o partido socialista foi gerindo as respostas a dar às populações consoante as prioridades que politicamente definiu como sendo a sua estratégia, evitando roturas de interesses e conflitos sociais que se anteviam.
Construiu uma cidade que espelha o empenho abnegado de quem se preocupou em dar respostas publicas a necessidades publicas sem atropelos.
É evidente que o Partido Socialista de hoje, que perdeu as eleições no ano de dois mil e treze fruto de algum agastamento da sua imagem e de alguns erros que também cometeu, volvidos quatro anos na oposição a não se sabe muito bem o quê, porque a coligação “Juntos por Braga” nada fez em prol dos interesses da cidade, dos cidadão, das freguesias, nem sequer da defesa do prestigio de que tanto se gabaram ser possuidores, tem – o PS – a obrigação politica de se apresentar ao eleitorado munido da experiência politica e social assimilada no poder e na oposição, devidamente transcritos em Programa Eleitoral, em que a CONFIANÇA!, a ESPERANÇA!, e sobre tudo , o FUTURO! Sejam as linhas mestras de suporte para que todos os Bracarenses continuem a afirmar: É BOM VIVER EM BRAGA!

Uma afirmação positiva de um trabalho positivo que hoje ninguém ousa questionar!