20/05/2016

BARCELONA



O Barcelona é um justo vencedor da porventura  melhor liga do mundo, ou de certeza, da que tem os melhores jogadores do mundo.

Soube aguentar a pressão na parte final do campeonato, depois de se deixar apanhar pelos dois rivais: Real Madrid e Atlético Madrid. Sofreu uma grande quebra anímica após a eliminação na Liga dos Campeões frente ao Atlético, mas conseguiu levantar-se e ser campeão.

É o sexto título em oito temporadas. O êxito actual pode-se atribuir ao seu tridente atacante: Neymar, Suárez e Messi. Suárez foi consagrado o melhor marcador da liga espanhola e virtualmente da Bota de Ouro. Todavia a presença de Messi é fulcral, deixou de ser tão goleador, mas converteu-se num jogador volante, que arma o jogo, decide com as suas deambulações e assistências mortais, que são meio golo. Messi tem 28 anos e está mais jogador de equipa, é uma referência e o fio condutor do Barcelona. A sua presença não é garantia de vitória, como se viu na selecção Argentina, ou em alguns momentos, no Barcelona. A eliminação do Barcelona na Liga dos Campeões mostrou um Messi muito desinspirado e anulado pela tenacidade dos homens de Simeone.

Messi é um dos melhores solistas do mundo e herdeiro do legado da forma de jogar de Cruyff. Os técnicos vão entrando e saindo no Barcelona, como Guardiola ou Luis Enrique, mas adaptam-se à maneira de Messi jogar, estar no jogo e de o entender.

O Barcelona desde que tem Messi conquistou oito ligas contra três do Real Madrid e uma do Atlético Madrid. Messi tem um estilo de jogar que, seja fora ou em casa, é reconhecido em todo o mundo.

A sua presença já não é somente na área mas em zonas mais recuadas para ter espaço e lançar os seus golpes. É um jogador que deixou de ser um avançado fixo, para ser um avançado volante, jogando em todos os sítios. Como sabe ler o jogo do adversário, consegue estar na melhor zona para fazer mossa ao adversário.

O Real Madrid ficou em segundo lugar, mas teve uma época irregular, melhorando com Zidane na parte final. Ronaldo, o profeta do golo, marcou 51 golos. É a sua sexta temporada que atinge a marca superior a 50 golos. É obra! Uma proeza sem precedentes na história do futebol. Apesar da sua performance individual, não é traduzida em títulos. Ronaldo marca golos faça sol ou chuva, no verão ou no outono, no inverno ou na primavera.

O Real Madrid precisa de vencer a final da Liga dos Campeões para salvar a época. O Barcelona pode vencer a Copa do Rei contra o Sevilha e fazer a dobradinha.

Nota: O Benfica foi um justo vencedor apesar do fantasma de Jorge Jesus. As escolhas de Fernando Santos para o Euro'2016 são, mais ou menos, o que se esperava.

JJ