Francisco Assis é um homem que sabe estar, educado e culto. Foi líder parlamentar do PS quando José Sócrates era primeiro-ministro. Seguidamente, António Costa não quis avançar, logo, contra António José Seguro. Francisco Assis agregou numa amálgama de gente, que não se revia em António José Seguro, mas também seus seguidores e muitos socráticos.
Perdeu para a liderança do PS , com António José Seguro mas manteve uma postura acima de tricas, querelas e ataques pessoais. Por essa altura esteve no Clube dos Pensadores , e nem única vez teve palavras menos correctas para com António José Seguro.
Venceu as eleições europeias contra Paulo Rangel e afastou-se de António Costa, quando este assumiu a liderança apeando António José Seguro. Esperou por esta situação intrincada no PS e marca uma posição em que cavalga os apoiantes seguristas e toma esse espaço.
Francisco Assis faz parte da ala social-democrata do PS e tem muita mais afinidades com a ala social-democrata do PSD do que com o BE ou PCP.
Em Portugal há um eleitorado heterogéneo da classe média, e não só, que tem uma matriz social e de serviço público que abrange um eleitorado de um PSD genuíno e entra num PS até ao centro.
Isto é, há gente que é social-democrata na linha de Olof Palme ou Helmut Schmidt que pode votar no PSD como pode votar no PS dependendo de quem esteja a liderar.
Aqui mais perto tínhamos Felipe González ou o próprio Mário Soares dos velhos tempos. Para não falar do carismático e único Sá Carneiro.
Francisco Assis com esta tomada de posição, sobre o direito de tendência dentro do PS, na busca de uma alternativa pode salvar o PS mas também uma ideia de social-democracia que se tinha transformado em liberalismo.
Como António Costa surpreendeu os portugueses com a sua postura também Francisco Assis também surpreendeu os portugueses com esta atitude e comportamento.
Francisco Assis é um homem de pontes e não de paredes.
JJ