Mário Russo |
A alteração da medida imposta pelo Juiz Carlos Alexandre a
José Sócrates, com prisão domiciliária, seria uma medida administrativa de quem
administra a justiça, mas no caso vertente transformou-se na entrada de facto
de Sócrates na campanha eleitoral, contra o que já ouvi de vários políticos.
Joaquim Jorge tem toda a razão.
É a natureza mitómana de Sócrates que o impede de ser
comedido. Já deu instruções aos seus advogados para se desdobrarem em
entrevistas como artistas à procura de protagonismo. Eles gostaram e agora é um
ver se te avias. Ambos advogados têm em comum uma característica de arrogância,
soberba e falta de educação. Nada que seja estranho ao seu cliente e causa
repulsa a quem os ouve, com nítidos prejuízos para António Costa devido à
tendência para a generalização e colagem de tudo o que é socrático ao PS.
Boa parte da imprensa, sabe-se lá a serviço de quem, anda
atrás do “homem”, forçando a cada momento uma colagem do arguido a António
Costa e ao PS, como se não houvesse nada mais neste retângulo.
Sócrates não vai ficar calado, como seria o caso se de facto
tivesse alguma consideração pelo partido que o alcandorou ao topo do poder em
Portugal, que pelos vistos o usou de forma pouco clara que a justiça suspeita, com
fortes indícios, de práticas contrárias.
Certa imprensa e políticos da Coligação, tentam a todo o
custo, associar sempre Sócrates à candidatura de António Costa e ao atual PS,
como se um partido tenha de viver refém do passado. Parece que não tem havido
associações de Oliveira e Costa e Dias Loureiro ao PSD porque eram destacados
dirigentes. Em todas as famílias pode haver ovelhas ranhosas.
Estão pois reunidas
condições para nos próximos tempos termos Sócrates como notícia, relegando ou condicionando
para segundo plano a própria campanha eleitoral, que agrada muito ao PSD/CDS
que governa.
Muitos socialistas nas suas romarias ao nº 33 em Lisboa e
declarações, igualmente nefastas e despropositadas, também ajudam à festa,
queimando o esforço que Costa tem vindo a fazer para levar a água ao seu
moinho.