Mário Russo |
Os debates que se tem realizado entre os dois líderes das maiores forças políticas em confronto às próximas legislativas, a coligação PSD/CDS e o PS, tem servido de mote para um verdadeiro jogo de apostas de casino. Quem ganha e quem perde. Vai influenciar as eleições ou não. Sócrates foi metido ao barulho várias vezes para apimentar ainda mais, ou condicionar, o trajeto de António Costa.
Sem dúvida que os debates são importantes para a formação de conhecimento e não partilho da opinião de alguns opinion makers que criticaram o debate ser realizado ao mesmo tempo nas 3 televisões, dado que cada empresa está a competir com as demais e por isso não deveria ser em simultâneo. Para o bem comum é melhor. Seguiu-se a rádio e um conjunto de arautos já se vangloria com a prestação de Passos Coelho, bem melhor que na TV, onde perdeu de goleada, apenas porque António Costa escorregou em números da Segurança Social, quando o mesmo argumento serve a Passos Coelho que não sabe onde cortar os 630 milhões que prometeu e escreveu a Bruxelas. De qualquer modo, não se compreende que um líder e os seus assessores andem a dormir na forma. Seja Costa seja Passos.
Mas em minha opinião nada disto é essencial. Serve para vender jornais e aumentar as audiências. É como os programas sobre futebol, após o termo dos jogos onde 3 rufias desfilam a sua cultura futebolística que de nada serve.
Não sei quem vai ganhar. Mas sei que seria um milagre, um case study mundial, um líder ter uma rejeição tão grande como tem Passos (as pessoas já não o podem ver sequer) e ainda assim ganhar. Lembram-se do “pó” que as pessoas nutriam por Sócrates? Pois bem, agora é a Passos, um mentiroso compulsivo e repulsivo que está na praça. Parece o algoz que depois de decapitar vitimas, vem bramir argumentos para as ruas contra quem mata pessoas.
Ainda assim, Costa não pode dar-se ao luxo de dar tiros nos pés. Porque pode catalizar a formação de uma tempestade perfeita: petróleo barato (economia anual de 6,5 mil milhões), novo quadro comunitário a entrar nas empresas; Juros próximos de zero por decisão do BCE. Depois de mergulhar o país na lama, Passos tem este coelho a sair de mansinho da cartola do acaso, sem que ele saiba nada de magia.