Hoje o Clube dos Pensadores é,
sem dúvida, um espaço incontornável da liberdade de expressão em Portugal e um
espaço único onde todos têm direito a opinar sem amarras nem constrangimentos
(embora nem todos saibam aproveitar este espaço com grandeza e nobreza de
espírito). Mas ao mesmo tempo o Clube é, sem dúvida, a alma e o espírito do
Joaquim Jorge fortemente interligados que proporcionaram o seu êxito e projeção,
transversal a toda a sociedade portuguesa. Como ponto de referência em que hoje
se tornou, o seu estatuto também adquiriu outra dimensão com reflexos no
aumento de responsabilidades dele (Joaquim Jorge) como fundador e de nós como
corresponsáveis pela divulgação e sucesso de todo este projeto. Começou com o
CdP a minha cidadania ativa na discussão pública de ideias e de debate
político, não de um modo formatado e integrado na obediência de regras se
integrado num Partido político, mas de um modo mais informal e irreverente, de
participação cívica ativa e construtiva através de tertúlias e conversas de
café ou de espaços que ousam ser diferentes no debate político atual, usando o
combate político como forma de dar voz ao cidadão comum na exposição dos seus
anseios, das suas revoltas e alegrias ou apenas discutindo e debatendo ideias.
E tudo isso se deveu a este projeto "indecente" que resolveu colocar
as pessoas a pensar por si e não como estereótipos formatados pelos partidos.
Encontrei esse meu lugar e esse
meu caminho no CLUBE DOS PENSADORES onde procuro participar de forma
descomprometida, dando voz às minhas opiniões sobre tudo o que se passa e me
interessa na sociedade portuguesa. Umas vezes alinhando pelo óbvio, outras
vezes remando contra a maré, sempre com esse espírito crítico e próprio na
forma de estar e de me comportar, mas marcando, ao mesmo tempo, essa matriz de
conduta de estar também aberto à opinião e crítica alheia, sem nenhum tipo de
constrangimentos ou de melindres. Mas como tudo o que é marcante e tem sucesso,
também traz à liça algumas contrariedades de todo a a espécie - que o Joaquim
Jorge sabe melhor do que ninguém - quer de índole financeira, quer ainda na
possibilidade de cada um trazer ainda uma maior valia ao Clube, com ideias, sugestões
e até outro tipo de contribuições para a sustentabilidade do próprio espaço.
Tem-se falado aqui, ao longo dos anos e dos vários jantares anuais, em
organização formal (que não de índole jurídica), em orçamento sustentado e
programado, em cotizações e até na possibilidade de outros membros substituírem
o seu fundador em caso de impossibilidade deste.
Pois muito bem. Relativamente à
organização formal – sempre o disse e continuo a afirmá-lo - parece-me que
contraria um pouco este espírito naif e algo descomprometido do Clube que lhe
granjeou êxito e respeitabilidade. Quanto à cotização sou integralmente contra,
pois se existe uma conta, já do conhecimento público, cada um vai ajudando com
o que pode, dentro das suas possibilidades e o que cada um contribui é da sua
inteira responsabilidade. Substituir o Joaquim Jorge não me parece o caminho
ideal, sendo mais a favor com aquilo que Joaquim Jorge já faz quando acha
oportuno: delegar funções e responsabilidades em membros que vão falar do Clube
nas várias situações que possam, eventualmente, ocorrer ou acompanhá-lo em
várias situações em que ele ache por bem que aconteça.
Meus caros o Clube precisa
essencialmente de gente que o patrocine (esta ideia não é de agora) de gente
que dê ideias e contribua para o seu engrandecimento, mas não tenhamos dúvidas,
a «alma- mater» do Clube é Joaquim Jorge e no dia em que o seu fundador der por
concluído o seu trabalho, o Clube morre com ele.
Precisamos abrir, que não a
qualquer preço, os debates no Clube a personalidades prestigiadas de fora do
País, como forma de internacionalização deste Fórum de Cidadania, chamando à
liça pessoas de grande prestígio, gente da Lusofonia, como LULA DA SILVA ou
JOSÉ RAMOS HORTA - por exemplo. Acho que seria um passo de grande elevação para
o Clube mas aí existe um grande , para não dizer, enorme obstáculo: o Clube não
possui meios materiais de alicerce para um evento desta jaez pois vive
essencialmente da carolice dos seus membros e amigos e da abnegação, seriedade
e enorme boa vontade do seu fundador. Teria de haver outro tipo de ajudas
monetárias /patrocínios para que este projeto fosse viável. Mas que seria um
grande passo para um maior conhecimento extramuros de um projeto singular do efetivo exercício
livre da cidadania em Portugal, não tenhamos dúvidas!
O CLUBE DOS
PENSADORES, um espaço de debate e de participação cívica ativa, idealizado por
Joaquim Jorge, é hoje uma voz incontornável da livre crítica construtiva, sem
amarras ao Poder, aos lobbies e à partidarite das clientelas políticas e ouvida
por muitos cidadãos que apenas ousam querer ter voz e poder expressar-se
livremente sobre as preocupações e os anseios de um País a atravessar tempos
muito difíceis. Estando sempre nos holofotes da notícia, muito pelo pundonor e
persistência do seu fundador, o CdP tornou-se numa voz incómoda aos interesses
instalados e simultaneamente um marco consistente e marcante na sociedade
portuguesa e na forma de debater política em Portugal.
E aqui encontraram muitos de nós,
o seu porto de abrigo e o seu espaço de conforto, onde a opinião de cada um é
respeitada e acarinhada, mesmo na diferença. Portanto vamos todos ajudar – e
aqui também faço o meu mea culpa – pois o Clube precisa de todos e todos
podemos contribuir ainda mais para o seu engrandecimento e afirmação sólida,
pese embora todos os obstáculos que possam surgir.
Daniel Braga