01/05/2015

Manuela Moura Guedes, no Clube dos Pensadores, falou de jornalismo e de Sócrates


Manuela Moura Guedes no 92.º debate do Clube dos Pensadores mostrou mágoa e  tristeza  pela incompreensão da forma como sempre procurou fazer jornalismo. 

As noticias actualmente quando se vê os telejornais são todas iguais. Não há investigação e procura de um jornalismo de qualidade.
Manuela Moura Guedes quando foi  convidada para ser deputada. Aceitou o convite do CDS , na altura, liderado por Manuel Monteiro porque pensou que seria uma experiência que ficaria para  sempre na sua cabeça caso não o fizesse. Foi como independente mas com uma condição fundamental que era a de ter inteira liberdade de voto e até votou em desacordo com o partido e a favor do PCP no caso da  idade da reforma das mulheres. Renunciou e passado algum tempo voltou à TVI para fazer aquilo que mais gosta,  jornalismo!
O que é impensável em democracia e o que mais a chocou, foi que nem a opinião pública, nem a classe jornalística reagissem às noticias sobre José Sócrates. Os jornalistas estavam mais do lado do poder e cúmplices com esse mesmo poder e criticavam todo o trabalho que tinham feito.
Outro grande choque, foi verificar que todas as noticias sobre corrupção à volta de José Sócrates que tinha denunciado, não impediram a sua reeleição. Ou seja, mesmo denunciando em várias peças e reportagens sobre corrupção, os português votaram no mesmo!
O grosso da classe jornalística deixa-se levar e encantar por umas palmadinhas nas costas.
Existia uma espécie de mania da perseguição a chamada caça ao homem! O Povo português deveria ter a obrigação de se aperceber do que se estava a passar.
O que seria agora se a maioria da comunicação social dissesse mal de Pedro Passos Coelho???
A maioria da comunicação social tem um complexo de esquerda portanto não o defenderia...É uma pobre comunicação social, a maioria está sempre do lado da esquerda, ou seja, o PS está sempre a ganhar com isto.
Tudo aquilo por que passou foi difícil recuperar! Fez-lhe ver as coisas de forma diferente pois acha que era melhor pessoa antes de tudo isto.
Joaquim Jorge que moderou o debate , como habitualmente fez várias perguntas a Manuela Moura Guedes que respondeu prontamente.
Joaquim Jorge : O que pensa da Ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz?
Manuela Moura Guedes : Gosta bastante e não se pode responsabilizar uma Ministra pelos erros informáticos
Joaquim Jorge : Porque retirou a queixa sobre José Sócrates?
Manuela Moura Guedes : Porque Sócrates tentou transformar tudo isto como um caso pessoal e ela nem sequer o conhece pessoalmente e apesar de vários tentativas para entrevistas  ele  nunca aceitou. Nem ele, nem nenhum outro ministro do governo PS! Sócrates só lhe interessava enquanto 1º ministro, como cidadão não merecia qualquer tipo de atenção! Após várias incidências no processo (coisas muito esquisitas para defender Sócrates) e quando finalmente iam a julgamento teve uma crise de choro e não aguentou reviver mais uma vez todo aquele processo.
Joaquim Jorge :  Gostava de voltar ao jornalismo e fazer um telejornal ?
Manuela Moura Guedes :  O que mais gosto e prezo é a liberdade de imprensa! Sim, claro que gostava e em qualquer televisão, mas no panorama actual não é de vislumbrar essa possibilidade.
Por fim, falou dos movimentos em Portugal, Manuela Moura  Guedes diz que em Portugal as pessoas não vão para a rua e demoram muito tempo a manifestar-se e a procurar a verdade. Não se manifestam por qualquer valor da sociedade mas apenas por coisas que lhes dizem respeito. Não se unem para lutarem.
Maria João 
O jornalismo é feito em massa. As noticias são combinadas! Falta  investigação e olhar à nossa volta. É necessário ser diferente e é suposto existir liberdade de imprensa! Distinguir propaganda politica e o que é a verdadeira noticia!
Só em Portugal é  que há comentadores políticos!
Regra como jornalista! Quanto maior é a responsabilidade de alguém, mais temos que lhe pedir contas.
Sempre que investigava algum caso e em tudo aparecia sempre o nome de Sócrates.
Um debate com muita gente e agora ficamos à espera da apresentação do novo trabalho editorial de Joaquim Jorge Pedagogia Cívica em Maio