Joaquim Jorge, fundador do Clube dos Pensadores convidou Álvaro Beleza para
estar presente no Clube dos Pensadores ( CdP) , dia 1 de Junho, pelas 21h30 no
Hotel Holiday Inn, em Gaia.
O Clube dos Pensadores( CdP) vai ter uma actividade muito intensa no mês de
Junho.Tendo em conta as eleições legislativas em Setembro ou Outubro ( a data
ainda não está marcada mas terá que ser entre 14 de Setembro e 14 de Outubro),
nesse período, em princípio não haverá debates. Estaremos offline - Julho,
Agosto, Setembro e Outubro. A não ser uma qualquer oportunidade de ter presente
um candidato presidencial. O CdP tem por hábito em período eleitoral sair do
palco.
Começa no dia 1 de Junho com Álvaro Beleza , segue-se dia 9 de Junho com a
presença de um membro do governo, por fim dia 29 de Junho com a presença de um
candidato presidencial.
Álvaro Beleza, membro da Comissão Política e da Comissão Nacional do PS,
médico, foi secretário nacional do PS com o pelouro da saúde, é o rosto mais
visível da oposição interna do PS , depois da saída de cena de António José
Seguro. Será interessante ouvir Álvaro Beleza a cinco meses das eleições
legislativas e em que o PS de António Costa não descola nas sondagens da
coligação , havendo até um sondagens em que se verifica um empate técnico
Depois de António José Seguro ter perdido as primárias do PS para escolha
do candidato a primeiro-ministro, Álvaro Beleza que representa a ala de Seguro
fez um acordo com António Costa , em que houve uma lista única ao congresso e
um terço dos lugares para os seguristas. Este acordo foi feito com António
Costa para que António Beleza não avançasse com uma moção estratégica no
congresso.
Álvaro Beleza foi o ideólogo das eleições primárias no PS , sendo visto
como um eventual agregador dos apoiantes do líder derrotado, porém não está
disponível para criar qualquer tendência dentro do partido e defende uma
estratégia de unidade , tendo como fito o debate de ideias e a reforma do
sistema político.
As eleições legislativas estão à porta e é preciso começar a definir as
listas de deputados às próximas eleições legislativas . Álvaro Beleza defende a
realização de eleições primárias no PS para a escolha dos deputados para a
Assembleia da República e, depois, para o candidato presidencial. Todavia, este
domingo, António Costa afastou, perante a Comissão Nacional, a possibilidade de
se realizarem primárias entre os socialistas para a escolha de candidatos a
deputados, mas assegurou abertura no processo de formação das listas.
O problema de fundo é que os partidos, na sua versão standard, são
organizações anacrónicas em relação a um modelo de democracia que não pode
limitar-se a uma versão exígua de representação mas também não pode tolerar
falcatruas e jogos baixos na sua militância. Os cidadãos reclamam mais voz e
presença nos assuntos públicos, mas também dentro dos partidos, menos hierarquia
e rigidez, mais diálogo e participação, menos slogans e meias verdades, mais
transparência e eleições limpas.
Olhando para o panorama geral da relação entre cidadãos, política e
políticos, as eleições primárias são um procedimento de aproximação dos
cidadãos louvável. Todavia este processo já foi efectuado no PS francês e no
PSOE, os resultados não me parecem os melhores. Foi eleito François Hollande, um
homem do partido em detrimento de outras candidaturas mais eloquentes e mais
capazes.
Seria importante a possibilidade de dar acesso a candidatos não filiados
nos partidos, isto é, abre-se a possibilidade de votar não militantes, mas não
se facilita uma candidatura independente. Este processo é um pouco cosmético,
dá-se com uma mão, mas tira-se com a outra.
Por outro lado, nas eleições locais para eleger candidatos a presidente de
Câmara ou presidente de Junta não há primárias em nenhum partido
português.
Os cidadãos aprenderam a ser cépticos ou abertamente contra estilos de
gestão autoritários controladores. Querem políticos que os escutem, não
déspotas.
O PS foi o primeiro partido a realizar primárias com possibilidade de voto
alargada a simpatizantes,para eleger o candidato a primeiro-ministro. É um passo
mas muito tímido, porventura sedutor, mas sabe a pouco. Os partidos têm medo de
perder o controlo sobre este processo de eleição para cargos públicos. Pode-se
fazer uma leitura contrária à pretendida. Há uma abertura, mas o PS continua a
olhar para o seu umbigo. No fundo, as primárias do PS convertem-se num mero
casting e uma passagem de personagens e sorrisos cativadores.
Dou o meu benefício de dúvida e porventura será o início de uma caminhada
que só peca por tardia. É um bom estímulo ao debate político sobre o futuro do
funcionamento dos partidos políticos.
Este ano de 2015 , passaram pelo CdP, Sobrinho Simões, Rui Rio , Miguel
Cadilhe ( 9.ºaniversário), António Costa, Joana Amaral Dias e Paula Teixeira da
Cruz ,(apresentação de Pedagogia Cívica)
CdP