11/01/2015

Paris





Hoje estarei em Paris, virtualmente, na marcha silenciosa de solidariedade para com as vítimas dos atentados dos últimos dias.

A marcha, que juntará vários quadrantes políticos, intelectuais e religiosos de França, tem início marcado para as 15:00 (14:00 em Lisboa) e parte da Praça da República, percorrendo diversas artérias até terminar na Praça da Nação.
Sou a favor da liberdade de expressão e pensamento , assim como o direito à critica. Este Clube foi fundado tendo como sua génese estas premissas.
Em várias ocasiões tentaram coarctar-nos esse direito de reunião e de opinião.  A mais mediática , com Miguel Relvas , na altura um super-ministro, em que eu queria saber onde o Estado iria cortar os tão famosos 4.000 milhões de euros. Até hoje ninguém me explicou e não foram cortados.
De outra vez, houve uma ameaça de bomba com a presença de Jerónimo de Sousa. Por fim, uma manifestação aquando da presença de Paula Teixeira da Cruz,  Ministra da Justiça, contra o governo. Apesar destes incidentes os debates acabaram sempre por decorrer dentro da normalidade.
Fui atacado e criticado de uma maneira xenóbofa e inadmissível.Mas também apoiado, com inúmeras palavras de incentivo ( a maioria).
Há o direito de reunião que é o que acontece habitualmente no Clube dos Pensadores, que o faz periodicamente, de uma forma livre, aberta, plural e transversal à sociedade. Porém, esse direito, no fundo, foi violado pelo direito de manifestação.
Não se pode impedir  o direito de exprimir e divulgar livremente o pensamento pela palavra ou pela escrita. A liberdade de expressão não pode impedir outros de se exprimirem e tornar-se uma agressão a outros valores. A liberdade de expressão não se impõe silenciando os outros.
O que aconteceu no Clube dos Pensadores foi uma tentativa de boicote, ora por manifestação, ora por ameaça de bomba. Não me parece ser um bom princípio, porque permite, a partir daí, tudo.
Noutra escala absolutamente dramática,em França, está em causa a própria democracia com este atentado terrorista. Não há o direito de matar alguém somente porque não se concorda com as suas ideias.

JJ