Miguel Mota |
Talvez a única conclusão válida
que se pode tirar, na base do que cada um disse do outro, é que nenhum dos dois
presta para primeiro-ministro. Houve concordância no que cada um disse que
queria para o país, como crescimento económico, baixar desemprego, etc. É óbvio que isso é o que
todos queremos! Mas faltou o essencial: dizer como atingir esses objectivos,
dizer as medidas a tomar e a legislação a propor para desenvolver a economia,
baixar o desemprego, etc. Não basta declarar os objectivos desejáveis, disso estamos fartos. É necessário
dizer de que forma os vão atingir. Sobre isso, nada.
Costa disse que só depois apresentará
o programa do governo, se for eleito. Ou seja, quer um cheque em branco.
Seguro declarou que não vai
aumentar a carga fiscal. Convém não embandeirar em arco. Primeiro, porque, na
base do passado, não temos qualquer
garantia de que, quem for eleito, cumpra o que prometeu em campanha. Mas,
também em face do passado, nada garante
que, sem alterar a massa fiscal, aumente os impostos dos pobres e remediados,
para dar mais aos ricos. Não podemos esquecer que, nos últimos tempos, tem
aumentado o número de pobres e também o
número de milionários.