13/09/2014

O ataque à Função Pública não vai ficar por aqui



O ataque à função pública não vai ficar por aqui. Já não chega os cortes em cadeia e sistemáticos, rescisões em série e retirada de direitos inadmissíveis. Estão a sair  imensos funcionários públicos que pediram a reforma antecipada e muitos que rescindiram, mas mesmo assim o governo não se vai ficar por aqui.


Em comparação com o primeiro semestre de 2014, quando atingiu os 4192  milhões de euros, o défice das administrações públicas aumentou 1.631,4 milhões de euros em Julho. Porém isso deve-se a terem recebido o subsídio de férias e o Tribunal Constitucional ter chumbado cortes pesadíssimos. O governo Central e a sua estrutura colossal contribui para este défice, não nos podemos esquecer.


Agora o  Governo quer ter uma lista dos funcionários públicos que serão incluídos no programa de requalificação, ou seja que poderão vir a ser despedidos. Li no Diário de Notícias, a ordem, informal, terá sido dada pelas Finanças a todas as direcções-gerais em Agosto. Cada serviço do Estado deve assim elaborar uma lista com 12% de trabalhadores, que, em último caso, são os que podem vir a ser despedidos. O critério para incluir um trabalhador na lista fica a cargo de cada direcção-geral, mas poderá ter como base a avaliação de desempenho. Os serviços têm até ao fim deste mês para concluírem a lista. No total, cerca de 12 mil funcionários públicos deverão integrar o programa de requalificação.


Deste modo ónus da responsabilidade é do chefe, não é o governo. Porém não nos podemos esquecer que quem nomeou o chefe ou o director foi o governo. Se esta decisão for para a frente será com certeza uma caça às bruxas e uma boa oportunidade do chefe se vingar de alguém que não gosta e não pode ver.

Com uma decisão destas o governo vai perder as próximas eleições legislativas em Setembro de 2015. Deste modo não tenho dúvidas da continuada e sistemática perseguição sem quartel deste governo aos funcionários públicos. Porém não é a todos. Os funcionários das câmaras são uns privilegiados e amontoam-se pelos edifícios das  câmaras. Uma vergonha! Há vacas sagradas neste país...

É preciso que todos os funcionários colaborem na regabofe que foram estes 40 anos de Democracia. Os funcionários do privado têm também que dar uma ajuda. Por outro lado as câmaras endividadas e que estão em dificuldade financeira devem cortar no número de funcionários.  Uma das causas do nosso défice é o poder autárquico com mordomias obscenas nos tempos que correm. Menos câmaras, reduza-se ao número de câmaras ( são 308), menos funcionários autárquicos desde presidentes, vereadores, etc.,deixar de subsidiar fundações, institutos, empresas públicas, etc. Tudo que der prejuízo acabar. Centrar o pouco dinheiro que há para a saúde, ensino e segurança social. 

Eu não vejo o Governo a  cortar no excesso de gente nos seus serviços. Lamento o despedimento de um médico, enfermeiro, professor, mas não lamento o despedimento de muitos funcionários das câmaras, funcionários de  empresas públicas, etc.

Não entendo esta nova medida, mas o governo vai cavar a sua própria sepultura. Se calhar esta já a pensar em arranjar dinheiro para o BES?

A pândega contra os funcionários públicos ( nem todos) vai continuar.

É uma vergonha , acho indecoroso, uma humilhação, uma ignomínia  e  mais um problema . A confusão e o quero posso e mando, de novo, instalados. O PS agradece, seja Costa ou Seguro.

JJ