1 - Havia uma mesma direcção para tudo: tentaram convencer que uma coisa era o BES outra o GES, uma era o Banco Espírito Santo outra o grupo com o mesmo nome. O tempo demonstrou que o mal que correu ao grupo da família acabou por prejudicar o banco. Deste modo Ricardo Espírito Santo foi destituído, irá a tribunal e no mínimo será inabilitado para ser de novo banqueiro.
2 - Tentou a todo o custo evitar a entrada do Estado: realizou três aumentos de capital, sempre com dinheiro privado, forçando o endividamento das empresas e das famílias para manter o controlo do banco. A entrada de dinheiro público dava direito a fiscalizar as contas e isso a família não queria que acontecesse. faria com que acabasse o uso do BES para benefício dos seus negócios.
3 - Ludibriar a CMVM: segundo Carlos Tavares presidente da CMVM, nos últimos anos foram abertos 20 processos sobre entidades do BES. Uma das maneiras encontradas para contornar a lei - vender os seus produtos a menos de 150 clientes, deste modo, não tinham que prestar contas à CMVM. Agora vão ser os clientes a actuar judicialmente sobre o BES.
4 - Ludibriar o Banco de Portugal: As contas apresentadas eram uma panóplia de anomalias e Ricardo Salgado contrariou várias vezes as ordens do supervisor central. Por exemplo tinha que reduzir até 30 de Junho a exposição de risco em 400 milhões de euros, todavia aumentou os empréstimos à GES em más de 200 milhões de euros. Realizou transações no valor de 120 milhões sem que fossem autorizadas pelo Banco de Portugal
5 - Relações perigosas: Angola: o BES detinha a maioria do BESA, banco angolano. Descobriu-se que o ano passado havia 5.700 milhões de euros sem a devida informação, por vezes nem se conhecia o nome do cliente a quem se emprestava o dinheiro.
6 - Relações perigosas: PT: A holding Rio forte, dos Espírito Santo precisava de dinheiro. Emitiu dívida mas o BES não podia comprar, nem colocar. Assim que o BES entrou na PT (10%), a PT comprou 900 milhões de euros de dívida à Rioforte. Chegou o momento de pagar em 18 de Julho e não pagou.
8- Favorecer outros clientes: alguns clientes preferenciais, o banco recomprou a sua carteira de dívida, antes do seu vencimento, acima do preço do mercado. Tudo isto, dias antes de entrarem os novos administradores. O Banco Portugal quantifica perdas no valor de 1.500 milhões de euros para o BES. Outra prática era a emissão de obrigações com o compromisso de recompra pelo banco , que não estavam registadas nas contas do banco. Se tudo isto se provar em tribunal, Ricardo Salgado e colaboradores mais próximos arriscam cadeia por favorecimento, gestão danosa, e falsificação de documentos e contas.
9- Conclusão: Num mês o BES passou de um dos melhores bancos portugueses e mais bem cotado na Bolsa à fatalidade de desaparecer. O BES transformou-se em Novo Banco, o que é espúrio ficou no banco mau. Até ao fim do ano o banco pode ser vendido. Já há compradores interessados. Em Portugal o BPI é o mais bem posicionado mas não tem suficiente tamanho. No estrangeiro, o Santander, o BBVA e o Sabadell são alguns dos principais bancos espanhóis que estão a avaliar a possibilidade de compra.
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