Hercília Oliveira |
Se havia quem dissesse. que Sócrates estava acabado para a política depois
do estado de choque em que deixou o país, e que nem valia a pena falar sobre
ele, eu nunca me convenci disso.
Sobretudo porque na política e em particular neste país, quanto mais
cafajeste mais credibilidade e visibilidade tem, caindo facilmente no
esquecimento todas os males que nos deixam.
A primeira ajuda foi lhe dada pelo canal público de televisão. Grande
serviço público prestado ao país!!
Ao que parece, este reaparecimento não lhe deu grande fôlego pois logo
começaram as fortes criticas da parte daqueles que não têm memória curta,
lembrando todo o mal que deixou e que vai perdurar por décadas.
O grande mal deste país, entre muitos.., é que os cafajestes
ficam sempre impunes, e ainda usufruem da "bondade" dos que acham que não vale
a pena falar mais deles!
Com o passar do tempo, e quando já estava mais atenuado o efeito do seu
regresso e dos comentários semanais que tinham cada vez menos
crédulos ouvindo as suas anedotas políticas, aparece António Costa
que pertencendo à classe política que considera que os portugueses são todos uns
bocós, diz que "tem muito orgulho no que Sócrates deixou"!!!
Mas como o bocó é António Costa, a sua tentativa de reanimar o
seu ídolo deu-lhe alguns dissabores e possíveis perda de votos..., arrepiou
caminho e fez o habitual, dando o dito por não dito, ou melhor, "o não é bem
assim".
Ora acontece, que quando parecia que durante algum tempo Sócrates iria
ter possibilidade de ficar em "reanimação" esperando nova oportunidade, aparece
o economista Daniel Bessa, arrasando-o, comparando Sócrates e Vítor Constâncio
aos dois terroristas que arrasaram as torres gémeas no 11 de Setembro!
Entre vários exemplos arrasadores, Constâncio diz: " Constâncio foi o
mentor do "terrorista" Sócrates"!
Espero bem, que depois desta corajosa intervenção de Daniel Bessa, a
figura de Sócrates " morra" de vez para a política e não mais tenhamos que
correr o risco do seu regresso.
E mesmo assim..., ainda tem muita sorte por pertencer a um país em que os
"terroristas" ficam impunes, e com fortes possibilidades de reincidir.