21/07/2014

PS: sim ou sopas





O PS vai decidir quem é o candidato a primeiro-ministro antes de decidir quem quer como seu líder. Um paradoxo, uma ideia incrível, contrária do que se espera naturalmente num partido. Primeiro arrumar a casa e depois partir à conquista do poder. É um contra-senso, incoerência e contradição. Mas foi assim que António José Seguro arranjou maneira de se aguentar mais algum tempo no poder e ganhar fôlego. Esta indecisão e ambiguidade podem sair caras ao PS, pelo menos as sondagens assim o indicam - queda abrupta.

O PS parece que gosta do quanto pior, melhor. Não tenho tanta certeza que depois desta contenda o PS saia fortalecido e pronto para retirar o poder à actual coligação PSD/CDS. Por outro lado também não tenho a certeza que António Costa vença António José Seguro. Apesar de poderem votar simpatizantes para estas directas, o normal, seria que a maioria fosse favorável a António Costa, as sondagens indicam a simpatia que António Costa tem na sociedade civil e nos portugueses em geral. A adesão de simpatizantes não foi nada do outro Mundo, 3.000. O universo de militantes do PS, anda à volta de 94.000. Se houver mais simpatizantes que militantes seria bom.


Se António Costa vencer, a chave do seu êxito deve-se a ter entendido o que se estava a passar no PS, à espera que o poder lhe caísse nos braços sem fazer nada ou muito pouco. António José Seguro procurou neste tempo de liderança criar uma  rede de apoios de base e dos  dirigentes que controlam o partido.


Não estamos num jogo mas as flechas estão nos arcos e têm que partir. A discussão já não está somente no PS, na escolha do candidato a primeiro-ministro e candidato a líder do PS. Trata-se sem ambiguidade de salvar o PS de uma travessia do deserto e planificar os  passos seguintes. O PS está no "sim ou sopas", sem desculpas, agir e lutar. Ou é agora ou nunca mais. De outro modo ficará no, “nem sim nem sopas".

JJ