22/04/2014

Debate em palavras com António Capucho



António Capucho no Clube dos Pensadores sem papas na língua



António Capucho passou em revista a política actual, sendo critico com o governo de Pedro Passos Coelho. Não entende como é possível sermos obrigados a baixar o défice para 2,5%, enquanto outros países têm que o fazer somente para 3%. Por outro lado, o FMI reconhece que errou na política seguida em Portugal e o Governo não aproveita para pedir mais tempo e menos juros.

Numa sala repleta a uma pergunta de Joaquim Jorge que moderou o debate, por Vasco Lourenço não ir no dia 25 de Abril ao Parlamento porque não quer ser a cereja no topo de bolo, pois não poderá discursar, sendo uma presença decorativa. António  Capucho mostrou-se contrário e acha que os militares de Abril  não devem  discursar no Parlamento, mas podem fazê-lo noutro local.

A outra pergunta de Joaquim Jorge sobre o  que diz, Freitas do Amaral em que defende que a  mudança no país passa por novos partidos. António Capucho não tem tanta certeza disso. O que acha que é preciso mudar as leis eleitorais e pela diminuição do número de deputados e serem menos financiados pelo erário público.

Salientou várias vezes que os partidos são a essência da democracia têm é que mudar o seu funcionamento interno.

Apesar de ter sido expulso do PSD pensa um dia regressar ao PSD, partido que ajudou a fundar. Afirma perentoriamente que a sua expulsou foi injusta e que nesse caso outros militantes deveriam também ter sido expulsos. Os estatutos do PSD,no artigo 9º determinam que “cessa a inscrição no Partido dos militantes que se apresentem em qualquer acto eleitoral nacional, regional ou local na qualidade de candidatos, mandatários ou apoiantes de candidatura adversária da candidatura apresentada pelo PPD/PSD.” Se fosse aplicada à risca os estatutos do PSD,centenas de militantes do PSD teriam sido expulsos como : Miguel Veiga, Valente de Oliveira, Arlindo Cunha (apoiantes de Rui Moreira),entre outros.  Ou seja, fora os próprios candidatos, os mandatários e os subscritores das candidaturas, escaparam . Nota-se uma mágoa grande de quem serviu tantos anos o partido e afirmou que a culpa é de Marco António Costa, vice-presidente do partido e seu porta-voz.  O Conselho de Jurisdição do PSD deveria ser um órgão independente , mas não o é.

Achou da entrevista de Pedro Passos Coelho , uma salgalhada de contradições e mostrou mais uma vez divergências com Paulo Portas dizendo que quem manda no governo é o CDS e os seus meninos.

Capucho acha que os partidos se devem regenerar e se deve processar  esse combate, quer por dentro com militância activa nos partidos, quer por fora com intervenções da sociedade civil, como é o exemplo do Clube dos Pensadores.

Várias perguntas foram colocadas pela assistência ávida de respostas e soluções.

Houve vários momentos divertidos durante o debate em que esteve presente a sua esposa Maria Madalena Salema, (irmã de Helena Roseta).
Num deles, Joaquim Jorge contou uma piada sobre políticos:
“Um dia um senhor, que chegava a um concerto importante, estacionou o carro à porta.

O porteiro diz: – não deixe o carro aqui, estão a chegar os ministros.

E o senhor contesta: - não se preocupe está com o alarme anti-roubo  ligado." ( gargalhada geral)

Joaquim Jorge perguntou a António Capucho  se esta piada espelha a imagem que se tem da política e dos políticos em Portugal?

António Capucho finalizou encolheu os ombros, dizendo  que sim, acrescentando que, «infelizmente por práticas, comportamentos e atitudes de muitos políticos em Portugal. Mas lamenta tal facto.»