24/03/2014

A IGREJA : QUE PAPEL? QUAL O CAMINHO?




Daniel Braga
Hoje fui mais uma vez à missa. Fui reconfortar-me com Ele (às vezes é necessário). Um passeio pela Baixa e uma ida à Capela das Almas em Santa Catarina onde a homilia, desta vez, não foi celebrada por D. Ximenes Belo (ausente do Porto). Durante a homilia fui reparando em alguns pormenores: a maioria dos fiéis eram constituídos esmagadoramente por pessoas idosas, com alguns -poucos- de meia idade (como eu) e os jovens presentes eram quase na sua totalidade estudantes timorenses que residem no Porto. É certo que o centro do Porto está vazio e unicamente habitado por idosos, mas a Igreja tem que repensar muitas das suas atitudes, se quiser voltar a ter jovens com maior frequência e em maior número no seu seio. A começar em João Paulo II e a continuar no atual Papa Francisco algumas portas já foram abertas. Mas a discussão deve continuar, a Igreja deve autopenitenciar-se e condenar-se pela ignomínia da pedofilia no seu meio e autocriticar-se por algumas posições que nos tempos de hoje já não têm muita razão de ser. A homossexualidade e o casamento gay, o uso do preservativo, a adoção de crianças por casais do mesmo género, a gravidez em mães solteiras e a possibilidade das mulheres poderem celebrar missa são temas que devem ser abordados de forma aberta e séria, despojando-se a Igreja dessa sua capa conservadora e retrógrada que a nada conduz senão ao desânimo e à descrença.Além do seu papel social que deve ser mais atuante e determinante a favor de quem mais precisa. E este Papa, verdade se diga, começa a desbravar algum desse caminho, renovando a esperança de que em nome de uma Igreja mais igualitária, solidária e atenta, os jovens possam ser reconquistados para fazer parte do seu rebanho. Caso contrário e se esse caminho não for continuado e persistente, teremos no futuro uma Igreja definhada, sem crença e sem jovens.