09/02/2014

Miró e outras trapalhadas


Todos os portugueses que trabalham sabem que lhes sai do pêlo o pagamento do défice do país por imposição de um confisco brutal e impiedoso deste governo. Curiosamente aos mesmos de sempre. E nessa medida poderia ficar satisfeito com atitudes que possam aliviar esta agonia, como a venda de património das escandalosas dívidas do BPN e de outras trapalhadas. Nisto incluo as obras de Miró, que estavam na posse do BPN.

Porém, o que se tem visto são verdadeiras atitudes de chicos espertos que evidenciam a falta de competência e até de ética de quem pratica um conjunto de ilicitudes comprovadas. Evidencia a falta de cultura do rigor e da legalidade. O governo pensa que tudo pode fazer sem dar cavaco a ninguém.

O que me aflige é mesmo esta incompetência para resolver os problemas que o país enfrenta. O embandeirar em arco com certos índices macroeconómicos é ilusão pura.


O país precisa de liquidez, mas governantes que não conseguem ter noção da proporcionalidade, insistindo que 35 milhões é dinheiro necessário ao país, revela a pequenez de quem nos governa. E isso é que me assusta. Até se pode dizer que há outras prioridades, mas não perceber que a cultura é um negócio rentável devidamente quantificado e que a permanência desta coleção num museu existente é mais um motivo de atração turística que a prazo compensa o valor atribuído aos quadros, revela o imediatismo dum governo que só sabe cobrar impostos, cortar benefícios, ordenados, pensões, etc. Pensa no imediato e mal.


Já ouvi dizer que não há uma linha coerente nesta coleção de Miró. Mas desde quando é que a maioria das pessoas vai um museu para ver uma coleção “coerente”? Portugal tem vindo a tornar-se um país de acolhimento turístico, cujas referências internacionais de destinos preferenciais é conhecido: Lisboa, Porto, o Douro, Algarve,… Faria sentido pensar no futuro, mas não há visão, nem sequer comunicação eficiente deste governo.


O PM está contente com o empobrecimento do país. Advoga aos quatro ventos que temos de mudar de vida. Que temos de aprender a viver com menos, porque acabou a boa vida de outrora. É este o governo que temos, de empobrecimento para atemorizar as pessoas e dominá-las por completo pelo medo. Uma cópia do que Salazar bem usou para dominar e amordaçar um país por 50 anos.

Mário Russo

O episódio da venda dos quadros revela tudo quanto há de mau neste governo e isso me assusta. Na outra ponta da barricada temos o reflexo deste governo na oposição. Este processo, sabe-se agora, iniciou-se no governo PS, que se indignou com a venda como virgem ofendida. Ou seja, estamos atirados ao deus dará e por nossa conta. É hora de mudar de rumo, no sentido de se alterar esta situação confrangedora de pilhagem dos nossos recursos sem fim à vista. Fora com esta classe política medíocre.