Porém, o que se tem visto são verdadeiras atitudes de chicos
espertos que evidenciam a falta de competência e até de ética de quem pratica
um conjunto de ilicitudes comprovadas. Evidencia a falta de cultura do rigor e
da legalidade. O governo pensa que tudo pode fazer sem dar cavaco a ninguém.
O que me aflige é mesmo esta incompetência para resolver os
problemas que o país enfrenta. O embandeirar em arco com certos índices
macroeconómicos é ilusão pura.
O país precisa de liquidez, mas governantes que não conseguem
ter noção da proporcionalidade, insistindo que 35 milhões é dinheiro necessário
ao país, revela a pequenez de quem nos governa. E isso é que me assusta. Até se
pode dizer que há outras prioridades, mas não perceber que a cultura é um
negócio rentável devidamente quantificado e que a permanência desta coleção num
museu existente é mais um motivo de atração turística que a prazo compensa o
valor atribuído aos quadros, revela o imediatismo dum governo que só sabe
cobrar impostos, cortar benefícios, ordenados, pensões, etc. Pensa no imediato
e mal.
Já ouvi dizer que não há uma linha coerente nesta coleção de
Miró. Mas desde quando é que a maioria das pessoas vai um museu para ver uma
coleção “coerente”? Portugal tem vindo a tornar-se um país de acolhimento
turístico, cujas referências internacionais de destinos preferenciais é
conhecido: Lisboa, Porto, o Douro, Algarve,… Faria sentido pensar no futuro,
mas não há visão, nem sequer comunicação eficiente deste governo.
O PM está contente com o empobrecimento do país. Advoga aos quatro
ventos que temos de mudar de vida. Que temos de aprender a viver com menos,
porque acabou a boa vida de outrora. É este o governo que temos, de
empobrecimento para atemorizar as pessoas e dominá-las por completo pelo medo.
Uma cópia do que Salazar bem usou para dominar e amordaçar um país por 50 anos.
Mário Russo |
O episódio da venda dos quadros revela tudo quanto há de mau
neste governo e isso me assusta. Na outra ponta da barricada temos o reflexo
deste governo na oposição. Este processo, sabe-se agora, iniciou-se no governo
PS, que se indignou com a venda como virgem ofendida. Ou seja, estamos atirados
ao deus dará e por nossa conta. É hora de mudar de rumo, no sentido de se
alterar esta situação confrangedora de pilhagem dos nossos recursos sem fim à
vista. Fora com esta classe política medíocre.