Manuel Cruz |
“Caça às bruxas”, talvez não, mas VERDADE SIM!
Já ninguém tem dúvidas da pesada herança económico-financeira que
Filipe Menezes deixou ao seu sucessor na Câmara de Gaia, Eduardo Vitor
Rodrigues.
Ela ultrapassa tudo quanto se podia imaginar, pois enquanto esteve no
poder Menezes sempre escondeu a realidade, que apenas viria a surgir,
curiosamente, depois de Eduardo Victor ter tomado conta da “nau” de Gaia.
Para aumentar o “ramalhete” o Diário de Notícias do passado dia 16,
páginas 2 a 11, trouxe o que já se sabia, mas que vale a pena repescar apenas
de títulos para não alongar demasiado esta nota.
*Tribunal de Contas faz auditoria ao último
mandato de Luís Filipe Menezes, e perguntamos:
-E aos restantes?
*Mandatário de Menezes nas autárquicas
ganhou 332 mil euros em ajustes diretos.
Trata-se do Dr. Amorim Pereira que sempre esteve ligado a Menezes como consultor jurídico,
apesar de a Câmara ter inúmeros juristas ao seu serviço. Recorde-se que o Dr.
Amorim Pereira integrou a lista de Menezes à Câmara do Porto e nela permanece
como vereador sem pelouro.
Mas ainda no
tempo dos escudos, o dr. Amorim Pereira já recebia cerca de 10.000 contos por
ano pelos mesmos serviços. Era, ao tempo, quem mais recebia por serviços
prestados, num altura em que Menezes apenas ganhava 400 contos mensais, o que
não chegava, segundo suas palavras em entrevista a uma revista “Focus”, para
comprar fatos.
De fato,
esta “miséria” não dava para fatos “Armani” ou “Visconti”, pois segundo se sabe
estes fatos custavam e ainda custam uns centos de contos. E contra fatos não há argumentos.
*Dívida de seis mil euros por dia apenas
com um dos casos pendentes.
Trata-se do
caso da VL 9, cuja dívida, neste momento já vale 32 milhões de euros.
*E a da Drylux, empresa luxemburguesa que
comprou a dívida da Câmara à Cimpor e que vale a modéstia soma de 30,5 milhões?
*E os 293.774€ de indemnização relativa à
empreitada do Centro de Olival? E os 1.494.000€ de indemnização por demolição
de um prédio? E os 745.878€ por 12 processos por não pagamento de faturas? E os
829.827€ de demolição nas Devesas, cujo autor é a Refer? E os 334.906€ por 4
processos de indemnização por ocupação de terrenos? E os 266.601€ de pagamento
se horas extraordinárias?
Tudo isto e o que ficou por dizer, segundo
o DN, atinge 75.073.826 €.
Eduardo Vitor que prometeu uma gestão de rigor e transparência, em que
acreditamos, não pode ficar indiferente
a tudo isto.
Diz que Menezes fez coisas boas,
mas adotou um modelo extravagante, citamos.
Só
extravagante? É o que os gaienses têm o direito de saber.
Caça às bruxas, como no tempo a Inquisição e noutros mais recentes da
história?
Não é
preciso chegar a tanto, mas o que
importa é a VERDADE e esta, por mais
que doa, tem de ser conhecida, pois de falsas impunidades já estamos todos
fartos.