29/11/2013

Rui Rio

 Rui Rio recusa convite de Pedro Passos Coelho para liderar Banco de Fomento. Pedro Passos Coelho  tem feito um approach a todos os que não estavam de acordo com ele. Incorporou José Pedro Aguiar-Branco no seu governo, Paulo Rangel foi para a Europa, Pedro Santana Lopes para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e agora seria Rui Rio. Neste leque de personalidades nunca pretendeu aliciar Manuela Ferreira Leite . É uma táctica de tentar aclamar os ânimos e serenar possíveis adversários.

Porém Rui Rio ao não aceitar só lhe fica bem, vai na linha da sua conduta e postura, por outro lado, vai de encontro ao que tem feito e dito sobre este governo com o seu sentido critico e desacordo.Não tinha outra saída , senão recusar este convite.

Deste modo, torna-se ainda mais uma reserva moral do PSD e um possível líder do partido num futuro próximo.

Por vezes na vida aquilo que se perde no imediato conquista-se no futuro. Rui Rio não quer liderar um banco, quer liderar o seu partido e concomitantemente Portugal.

O congresso de Janeiro do PSD será o congresso da paz podre. O PSD está no governo e o poder é um bálsamo e anestesia possíveis avanços e estratégias de assalto ao poder. O confronto ficará adiado mas as tropas de Rui Rio vão continuar a avançar - os militantes do partido que estão com ele e os entretanto expulsos.

Mas também pode acontecer que o PSD tenha um novo líder que não é primeiro-ministro, isto é, o PSD pode ter Rui Rio como líder e primeiro.ministro Pedro Passos Coelho.

O que seria inédito, ser o PSD a fazer oposição a si próprio e ser o responsável pela queda deste governo. Muita gente do PSD não se revê neste governo, nem na sua actuação. Não é só a oposição que tem a primazia de estar contra. Muita gente no PSD está contra , mas para já em silêncio ou com um som baixinho.

Portugal tem algo sui generis, tem um governo do PSD ,que tem quase todos contra si, chegando ao ponto, de parte do seu próprio partido e mantém-se em pé,pelas circunstâncias ( troika, Cavaco Silva , governo democraticamente eleito), apesar da sua base de apoio se esfumar.

JJ