04/10/2013

Estratégia do governo

Paulo Portas ao anunciar o desenrolar e o rescaldo da aprovação da troika da oitava e nona avaliações enfatizou, até com alguma piada, que faltam três voltas para chegar à linha de chegada de uma corrida de 5.000 metros, que pressupõe doze voltas. Com graça disse que já percorremos nove voltas e que faltam três até ao fim ( Junho de 2014). O problema é que o atleta ( Portugal e os portugueses) estão cansados, de rastos com tanta austeridade e podemos não cortar a meta. Usando outra analogia seremos alguém que corre , corre  para o mar ( a nossa salvação) e poderemos morrer na praia.

O governo tem como estratégia um conjunto de várias pequenas e médias poupanças em vez de grandes cortes. Cortes nos ministérios ,taxa sobre os produtores de energia e cortes nos benefícios fiscais a fundos financeiros.

Mas a dor continua. Mantém-se os cortes: sobretaxa de IRS ou o corte dos salários dos funcionários públicos acima de 1500€ ( medida extraordinária de solidariedade (CES) )

Nos aposentados para além da sobretaxa e dos cortes acima de 1350€ , a convergência da Caixa Nacional de Aposentações com o regime geral da Segurança Social que prevê cortes de 10% nas actuais pensões dos funcionários públicos, pode avançar.

A tudo isto junta-se o aumento da idade de reforma de 65 para 66 anos.

Vamos ver como é feito o OE2014! Várias  medidas foram chumbadas pelo TC ( suspensão no subsidio de férias , despedimento na Função Pública, alterações ao código laboral) . Estão em curso pedidos de fiscalização no TC , horário de trabalho ( 35 para 40 horas), cortes de 10% nas pensões da Caixa Geral de Aposentações acima de 600€.

Isto não está fácil mas toda a gente percebeu que é preciso mais tempo e suavizar a austeridade.

As pessoas estão mais exigentes e querem saber como é utilizado os dinheiros públicos. As eleições autárquicas foram um sério aviso ao Governo. Porém ,onde está a troika ou interfere, arrasa com quem governa e depois ou vem o caos ou o faz de conta ( Grécia, Espanha, França, Itália, etc.). O PS tem que apresentar alternativas exequíveis neste marasmo. De outro modo limita-se a ser um promessa não concretizável e paira sempre sobre si, Sócrates.

JJ