Pedro Almeida |
As eleições
revelaram aspectos importantes do país:
-O PS e PCP
tiveram um ascendente, devido ao descontentamento geral, para com o partido do
governo central.
-O CDS também
beneficiou mas, de forma especulativa. Paulo Portas, que não abriu a boca desde
que conseguiu o seu lugar de vice no governo mas, assim que saem os resultados
das autárquicas, vem reclamar vitória de Câmaras, ganhas por independentes (?),
num absoluto espírito oportunista e predador.
-Este
descontentamento geral, está a abrir una brecha no sistema político vigente, em
que as pessoas percebem que os Independentes são uma alternativa à velha e
caduca fórmula, do partidarismo.
O que eu
antevejo é que, mesmo que este governo se aguente 2 anos mais, iniciou já uma
queda descendente, da qual levará décadas a recuperar, em termos de
popularidade. Pergunto-me mesmo, se num futuro próximo, o PSD não será obrigado
a extinguir-se como partido e, com os cacos, formar outro?
Mas,
perguntar-se-á se o PSD, estando no governo, tem que encetar as reformas
necessárias para reduzir a despesa pública, e sendo estas obrigatórias, porque
tem que ser penalizado?
Bom, porque o
que este governo está a fazer é agir em segredo com a troika, adoptando medidas
imponderadas e levianas, sem consulta á sociedade que eles (PSD)
representam.
As medidas
arbitrárias adoptadas irão afectar o país para as próximas décadas e nem sinal de
rever o que de mal se fez nas décadas passadas, para se chegar ao caos em que o
país se encontra.
Esta atitude
do actual governo faz dele um cúmplice do mal feito ao país no passado, não
sendo pois confiável para fazer negociações ao mais alto nível, em nome dos
portugueses.
Se o PSD não
mudar de atitude em relação ao país e aos portugueses, concentrando-se em
relançar a economia, para combater o desemprego, aumentar as receitas e diminuir
a despesa social, terá de acabar como partido.
Os seus
ex-militantes saltarão talvez para outros partidos mas terão que ser
identificados, uma vez que eles são também culpados do que se está a passar no
nosso país.
O futuro,
como realcei no início, está nos independentes e no surgimento de novos
partidos, com discursos e mensagens claras e que preencham as aspirações dos
milhões de cidadãos frustrados e roubados desse nosso país.