06/10/2013

Crónica de Liverpool

Pedro Almeida
Eleições autárquicas- O princípio do fim

As eleições revelaram aspectos importantes do país:
-O PS e PCP tiveram um ascendente, devido ao descontentamento geral, para com o partido do governo central.
-O CDS também beneficiou mas, de forma especulativa. Paulo Portas, que não abriu a boca desde que conseguiu o seu lugar de vice no governo mas, assim que saem os resultados das autárquicas, vem reclamar vitória de Câmaras, ganhas por independentes (?), num absoluto espírito oportunista e predador.
-Este descontentamento geral, está a abrir una brecha no sistema político vigente, em que as pessoas percebem que os Independentes são uma alternativa à velha e caduca fórmula, do partidarismo.
O que eu antevejo é que, mesmo que este governo se aguente 2 anos mais, iniciou já uma queda descendente, da qual levará décadas a recuperar, em termos de popularidade. Pergunto-me mesmo, se num futuro próximo, o PSD não será obrigado a extinguir-se como partido e, com os cacos, formar outro?
Mas, perguntar-se-á se o PSD, estando no governo, tem que encetar as reformas necessárias para reduzir a despesa pública, e sendo estas obrigatórias, porque tem que ser penalizado?
Bom, porque o que este governo está a fazer é agir em segredo com a troika, adoptando medidas imponderadas e levianas, sem consulta á sociedade que eles (PSD) representam.
As medidas arbitrárias adoptadas irão afectar o país para as próximas décadas e nem sinal de rever o que de mal se fez nas décadas passadas, para se chegar ao caos em que o país se encontra.
Esta atitude do actual governo faz dele um cúmplice do mal feito ao país no passado, não sendo pois confiável para fazer negociações ao mais alto nível, em nome dos portugueses.
Se o PSD não mudar de atitude em relação ao país e aos portugueses, concentrando-se em relançar a economia, para combater o desemprego, aumentar as receitas e diminuir a despesa social, terá de acabar como partido.
Os seus ex-militantes saltarão talvez para outros partidos mas terão que ser identificados, uma vez que eles são também culpados do que se está a passar no nosso país.
O futuro, como realcei no início, está nos independentes e no surgimento de novos partidos, com discursos e mensagens claras e que preencham as aspirações dos milhões de cidadãos frustrados e roubados desse nosso país.