16/08/2013

Contra os Pantomineiros

António Nunes
Escrevi esta composição por me parecer que nunca será de mais, tentar mostrar às pessoas que há-de haver, tem de haver uma forma de dar luta aos pantomineiros que pululam na política, sempre a fazer alarde de que querem servir o Povo, quando se sabe que uma maioria esmagadora (escandalosamente bem identificados) está há décadas (se considerarmos só o pós 25 de Abril) a servir-se duma forma ignominiosa/criminosa da bonomia deste Povo que é o português.
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 Neste dia, estive a observar a tática da aranha a caçar: constrói meticulosamente, a teia, estratégica e dissimuladamente, num local que já sabe vai ser passagem obrigatória do maior número possível de insetos;uma abelha ficou presa na teia invisível;
implacavelmente, a aranha envolveu a abelha, ainda viva, nos seus fios e amarrou-a completamente, até a boca lhe tapou, bem vi. Foi o preciso momento em que a abelha deixou de zumbir...

Ou seja, o toque final é o tapar a boca da abelha. A partir daí, a aranha tirou uns momentos de "férias" e voltou com toda a gana para sugar todo o invólucro em que a abelha ficou transformada...

 E ainda estamos em Agosto!...

Já Guerra Junqueiro escrevia, no séc. XIX
(...)
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. 

(...)
Votar nestes pantomineiros?
NÃO.