23/07/2013

A Aspirina


Miguel Mota
Embora haja indicação de que os egípcios, cerca de 1.500 anos AC, já usavam infusões de plantas para atenuar dores, foi Hipócrates, o famoso médico grego que viveu cerca de 400 anos AC (há 2.500 anos), quem descobriu que uma infusão de folhas de salgueiro tinha propriedades analgésicas.

Mas foi só em 1828 que o Professor de Farmácia, alemão, Johann Buchner isolou a substância que produzia esse efeito. Como os salgueiros pertencem ao género Salix, foi-lhe dado o nome de “salicina”. Em 1853, Charles Gerhardt e, em1897, duma forma mais perfeita, Felix Hoffmann, sintetizaram esse composto e, como tinha reacção ácida, recebeu o nome de “ácido salicílico”.

Em 1899 a firma Bayer, combinando o ácido salicílico com acetato para dar o ácido acetilsalicílico, começou a comercializar esse medicamento com o nome de “Aspirina”. Ao longo de mais de um século, a Aspirina, o ácido acetilsalicílico, continua a ser um medicamento muito usado.

Além dos efeitos já conhecidos de analgésico, antipirético e anti-inflamatório, foram descobertos outros de grande utilidade embora também alguns inconvenientes como ser capaz de provocar úlceras, um mal que pode ser prevenido se a Aspirina for tomada depois de esmagada e diluída em água, que pode ser açucarada, e sempre acompanhada com comida.

Na segunda metade do século XX, além de se descobrir a forma como actua, ao nível molecular, descobriu-se que o ácido acetilsalicílico tinha um bom efeito para impedir a agregação das plaquetas do sangue, que causam entupimento das artérias, de que resultam tromboses e infarto do miocárdio, o chamado ataque cardíaco.

Tal como neste caso do ácido acetilsalicílico, muitos outros medicamentos começam por ser extraídos de plantas e só depois a química isola e sintetiza a substância activa.