Rescisões podem afectar 30 mil funcionários
As mudanças
no regime de mobilidade e o programa de rescisões amigáveis podem afectar 30 mil
funcionários públicos, anunciou hoje o primeiro-ministro. Essas rescisões
abrangem assistentes técnicos, assistentes operacionais e outras carreiras
equivalentes. O Económico sabe que existirão três escalões de negociação no
processo de rescisões amigáveis: o primeiro, para os funcionários públicos até
50 anos, o segundo para trabalhadores entre os 50 e os 54 anos, aos quais serão
oferecidos 1,25 meses de remuneração base e suplementos permanentes por cada ano
de serviço e, finalmente, para os funcionários do Estado com idade compreendida
entre os 55 e os 59 anos, que receberão uma proposta de um mês de remuneração
base e suplementos salariais, também por cada ano de trabalho.
Reforma só aos 66 anos
A idade de passagem à reforma nos
sistemas públicos de pensões, sem penalização, aumenta para os 66 anos de idade,
em vez dos 65 actuais. Além disso, o factor de sustentabilidade passará a
depender, além da esperança média de vida, da evolução de "agregados económicos
como, por exemplo, a massa salarial total da economia". O primeiro-ministro
confirmou ainda a eliminação de "regimes de bonificação de tempos de serviço
para efeitos de acesso à reforma". Passos Coelho disse que as pensões mais
baixas serão salvaguardadas, mas não adiantou pormenores.
Mobilidade limitada a 18 meses
Funcionários não poderão
estar mais de 18 meses em situação de mobilidade, anunciou o primeiro-ministro.
No regime actual não existe qualquer limite. O Económico sabe que perante as
novas regras, os funcionários na mobilidade receberão 2/3 da remuneração nos
primeiros seis meses, metade nos seis meses seguintes e apenas 1/3 nos seis
meses remanescentes. O valor não poderá nunca ser inferior ao salário mínimo
nacional, actualmente nos 485 euros.
"Contribuição adicional" nas pensões
Passos Coelho
confirmou ainda a conversão da actual Contribuição Extraordinária de
Solidariedade num imposto associado "ao andamento da nossa economia para que
haja uma relação automática entre o crescimento económico e a redução gradual e
progressiva dessa mesma contribuição".
40h semanais de trabalho já este ano
O horário de
trabalho na Função Pública, actualmente de 35 horas semanais, vai passar para as
40 horas por semana, valor de referência no sector privado, já este ano.
Revisão da tabela remuneratória única
"Precisamos de
rever a tabela remuneratória única, em conjunto com a elaboração de uma tabela
única de suplementos para aplicação aos trabalhadores em exercício de funções
públicas, para nivelar as remunerações com os salários praticados na economia",
anunciou o líder do Governo.
Mais contribuições para a ADSE
Tal como o Económico
noticiou, as contribuições dos trabalhadores para os subsistemas de saúde
ADSE/ADM/SAD vão aumentar em 0,75 pontos percentuais ainda em 2013, e em 0,25
pontos percentuais a partir de Janeiro de 2014.
Pré-reforma nas Forças de Segurança
A idade legal mínima
de acesso à situação de reserva, pré-aposentação e disponibilidade, que precede
a reforma, nas Forças Armadas, na Guarda Nacional República e na Polícia de
Segurança Pública, passa para os 58 anos de idade.
fonte:DE