Mário de Oliveira |
Não sou Funcionário Público, mas o Estado trata-me como se eu o fosse, enquanto Reformado. Dizem que os Reformados não têm poder de contestação, que de nada lhes serve tomar uma atitude contestatária (uma Greve deles é inconsequente, por não afectar nada nem ninguém).
Eu não estou
de acordo! E como tal, decidi tomar uma posição que traduzo no seguinte
Manifesto:
Considerando:1,
que me foram retirados o 13º e 14º mês até 2018; 2, que me reduziram a Reforma
para a qual fiz descontos milionários durante uma vida de trabalho; 3, que me
foram aumentados os descontos para o IRS, o IMI, no Consumo de Electricidade,
da Água e do Gás, para a “Compensação aos Operadores” respectivos (EDP, Tejo
Energia e Turbo Gás), nos Combustíveis, para o Investimento das Energias
Renováveis, para os custos da Autoridade da Concorrência e da ERSE, na
Alimentação, na taxa de Esgotos, para a Utilização do Subsolo, para a Rádio,
para a Televisão, para a TNT, para a Harmonização Tarifária dos Açores e
Madeira, Rendas de Passagem pelas Autarquias e Munícipes, para o auxílio social
aos calões que recebem, indevida e impunemente, o RSI (Rendimento para a
Inserção Social), para pagamento dos cartões de crédito de políticos, para as
portagens nas SCUTS e aumento nas auto-estradas, para a recuperação de BPNs,
para que os Dias Loureiros, os Duartes Limas, os Isaltinos de Morais e
quejandos depositem as minhas economias em nome deles em offshores, para as
novas taxas de Apoio Social, para as remodeladas Taxas de Urgência nos
Hospitais Civis, para as asneiras provocadas pelas ideias megalómanas de
políticos incompetentes que criaram auto-estradas sem trânsito, para as
Contrapartidas e Compensações a Concessionários de diferentes estruturas, para
pagamento das dívidas às Parcerias Público-Privadas durante 50 anos ou mais,
etc., etc., etc., tudo recheado com 23% de IVA (por enquanto); 4, que, cada
voto que um cidadão deposita nurna eleitoral, para além de pôr no poleiro os
espertalhões que os (se) governam, representa um óbolo igual a 1/135 do salário
mínimo nacional (actualmente em €485,00) a reverter para os seus cofres (1 voto
= €3,60), a que acrescem as subvenções às campanhas e verbas para os grupos
parlamentares. (Lei do Financiamento dos Partidos Políticos e das Campanhas
Eleitorais: Lei n.º 19/2003, de 20 de Junho, com as alterações introduzidas
pelo Decreto-lei n.º 287/2003, de 12 de Novembro (Declaração de Rectificação
n.º 4/2004, de 9 de Janeiro), Lei n.º 64‐A/2008, de 31 de Dezembro1 e Lei n.º 55/2010,
de 24 de Dezembro); 5, que esse valor é atribuído pelos quatro anos de
legislatura, o que significa entregar aos partidos votados o quádruplo dessa
importância (€14,40), atingindo uma despesa superior a 70 milhões de euros; 6,
que, no caso dos votos em branco ou nulos, essa valia é distribuída por todos
os partidos concorrentes às eleições; 7, e que, se eu me abstiver de votar, não
há montante a ser distribuído pelos partidos concorrentes às eleições,
Eu, ARTUR
ÁLVARO NEVES DE ALMEIDA PEREIRA, cidadão de pleno direito, com o BI e o NIF,
com todos os impostos pagos e ainda credor do Estado por taxação indevida e não
devolvida em sede de IRS, embora prescindindo de uma liberdade coarctada
durante quase 40 anos e restituída em 25 de Abril de 1974, decido que,
dependendo do cenário político-económico, meu e do meu país, entrarei em Greve às Eleições , e Suspendo o Meu Direito de Voto até 2018!"