- Defesa da reconstrução de um regime democrático e o fim da concentração do poder político nos partidos.
-O que está em causa já não é a opção pela democracia, mas torná-la efectiva e participada. Não está em causa governar, mas corrigir um rumo que nos conduziu à actual crise e realizar as mudanças que isso implica.
-Já não está em causa aderir à Europa, mas participar no relançamento do projecto europeu.
-Chamar a atenção para a tragédia social, económica e financeira a que vários governos conduziram o país , dificultando a participação democrática dos cidadãos e impedindo que o sistema político permita o aparecimento de verdadeiras alternativas.
-Ruptura que passa por três passos fundamentais, começando pelas leis eleitorais transparentes e democráticas que viabilizem eleições primárias abertas aos cidadãos na escolha dos candidatos a todos os cargos políticos.
-A abertura da possibilidade de apresentação de listas nominais, de cidadãos, em eleições para a Assembleia da República, tornando obrigatório o voto nominal nas listas partidárias.
-A necessidade fundamental da garantia de igualdade de condições no financiamento das campanhas eleitorais .
-Urgente reivindicar a democratização do sistema político com firmeza exigindo de todos os partidos a legislação necessária.
Essa do dar conteúdo positivo à revolta e à crescente indignação dos portugueses demonstrada através das manifestações dos últimos meses,tem que se lhe diga!
Não me parece que quem organizou essas manifestações aceite que venham à boleia do que aconteceu. O movimento Que se Lixe a Troika está contra o governo e mas também contra os partidos da oposição. As pessoas deste manifesto ,dão a entender que querem ir à boleia.
Entre os signatários do manifesto figuram os ex-ministros José Veiga Simão e Manuel Maria Carrilho, os ex-deputados socialistas Henrique Neto, Eurico Figueiredo e Edmundo Pedro, o advogado Rómulo Machado, o historiador e deputado do Parlamento Europeu Rui Tavares, o capitão de Abril Vasco Lourenço, o escritor e encenador Hélder Costa e o músico João Gil.
Bem , muitos deles têm culpas no estado a que isto chegou , foram ministros, deputados e outros com responsabilidades. É uma incongruência e a cara não diz com a careta!
Neste espaço há 7 anos temos alertado, chamado à atenção , eu , Mário Russo, outras pessoas , que é preciso uma verdadeira regeneração da democracia e que é premente mudar . Não somos políticos e passamos a anti-políticos , somos simplesmente pessoas , cidadãos preocupados com o rumo dos acontecimentos deste país, faz muito tempo.Eu sei que nunca tivemos a preocupação de elaborar grandes textos , mas sempre fizemos criticas , propostas e recomendações. Verdade que nunca fizemos um texto elaborado mas nunca foi o nosso fito. As ideias e sugestões estão neste espaço , basta consultar.
Este manifesto não traz nada de novo somente porque a comunicação social faz eco por ter pessoas conhecidas . Fala-se e depois cai no esquecimento.
Em 2011, Mário Soares fez também um manifesto Um Novo Rumo, faz referência aos obscuros jogos do capital podem fazer desaparecer a própria democracia, alerta para a multidão de aflitos e de indignados que existe entre nós que espera por uma alternativa inovadora que só a esquerda democrática pode oferecer.
Recentemente também escreveu uma carta em que pede a Pedro Passos Coelho que se demita. Os subscritores desta carta , muitos deles são também do seu manifesto.
Mário Soares não foi primeiro-ministro? E não foi Presidente da República?
Eu penso que vivemos em democracia , houve eleições e muitos dos que criticam agora votaram no PSD e CDS. Porém é preciso corrigir os seus erros e melhorá-la . A maneira mais evidente para mudar este estado de coisas será em próximas eleições não votar nos partidos do arco do poder e dar uma chance a outros partidos e personalidades. Ou quem está enfadado com tudo isto não ir votar. O voto em branco não tem representantes , o nulo não tem efeitos práticos. Se todos não votássemos a legitimidade sairia ferida de morte.
Esta crise actua como
uma lupa em que mostra os defeitos da democracia que já existiam mas não se
tinha a exacta percepção e se sentiam.
Vamos então reinventar a democracia e o funcionamento dos partidos , mas esse trabalho não se faz com manifestos ou cartas , faz-se com uma revolução pacífica de ideias , comportamentos e atitudes com muita persistência e denodo , todos os dias, com actos e não palavras.
E , desculpem-me , não pode ser feito por quem esteve em cargos de chefia tantos e tantos anos e agora limpa as mãos como Pilatos.
JJ