18/12/2012

De que estais à espera, deputados da Oposição?Abandonai, todos, o Parlamento, já!

Mário de Oliveira
Depois da aprovação do Orçamento de Estado 2013 pela maioria CDS/PSD, de Paulo Portas-Passos Coelho, não resta outra saída aos deputados da Oposição que não seja o abandono imediato do Parlamento. Cada dia mais que lá permaneçam, configura uma cumplicidade com a maioria, de todo politicamente imperdoável. Ficarão, de imediato, partidos políticos fora da Lei e fora do Estado, mas mulheres e homens organicamente próximos das populações e com elas, em tudo semelhantes a elas, sem privilégios de nenhuma espécie. Permanecer no Parlamento, com um orçamento assassino das populações, é dar legitimidade a este assassínio colectivo que a maioria CDS/PSD, de Paulo Portas-Passos Coelho, uma só carne, está a praticar, graças à colaboração e aos protestos dos deputados da Oposição, totalmente vazios de conteúdo político. Na presente situação, a única palavra com conteúdo político que podem ter, é o abandono puro e simples do Parlamento. E que a maioria fique lá sozinha, se achar, mesmo assim, que continua a ter legitimidade para prosseguir. Mas que não seja mais, com a cumplicidade política dos deputados da Oposição.

Esquecei as eleições. Esquecei as campanhas eleitorais. Esquecei os deveres que o estatuto de deputados do Estado vos impõe. Esquecei o Estado que vos reconhece como deputados seus. Esquecei as leis do Estado. Tudo o que, hoje, 2012-2013, é Estado em Portugal, é este Estado concreto desta maioria CDS/PSD, de Paulo Portas-Passos Coelho, uma só carne. Vede como eles se riem de satisfação. Como desprezam tudo e todos. Como se riem de tudo e de todos. Até de vós! Vede como continuam a viajar todos os dias, na maior das comodidades e no maior dos confortos. Vede como decidem despojar as populações do País e como são cínicos com toda a gente. Até com o chefe deles, o presidente Aníbal-e-a-sua-Maria, a dos presépios natalícios. Ainda não destes conta de que Maquiavel, à beira deles, é um reles aprendiz?!

Sereis iguais a eles, deputados da Oposição, se, com a vossa presença no Parlamento, continuais a dar-lhes legitimidade. Eles têm em curso um golpe de Estado, do Estado que, antes deles serem Governo, ainda tinha alguns freios de ordem ética e de sensibilidade cultural e social, ainda que no âmbito da sempre humilhante caridadezinha/subsídio. Até com esses freios de ordem ética e de sensibilidade cultural, a dupla Paulo Portas-Passos Coelho quer acabar. São lacaios do Poder financeiro. Não sabem de escrúpulos, só de cinismo. Sereis iguais a eles, cada dia mais, que continuais presentes no Parlamento, e a receber do Estado as mesmas mordomias que eles recebem. Tende um pingo de lucidez política: Abandonai, todos, o Parlamento, já. Antes que ele feche para férias. Acabai com este pesadelo/assassínio colectivo das populações. Ou não haverá perdão político, também para vós e para os vossos partidos!