21/12/2012

Crónica de Natal para o Governo de Portugal


Nas vésperas de Natal, Portugal teve um presente com o adiamento da doação da TAP ao Sr. German Efromovich.
Certamente que a pressão popular e de diversos quadrantes da sociedade a avisar que o Governo ficaria indelevelmente ligado a uma negociata das arábias, envolvendo o ministro Relvas e José Dirceu, do Brasil, deve ter tido peso.

Não foi por reconsideração que PPC recuou, porque ele não ouve ninguém. Desta vez, talvez por ser quadra especial de Natal, tenha tido medo de tomar uma decisão tão criminosa que dificilmente se sairia bem e poderia ser um pecado digno de inferno.
Abre-se uma janela para que o caso TAP seja o começo de um diálogo estratégico que valha a pena concretizar para tirar o país da situação em que está.

Aproveito para felicitar todos os que fizeram o seu melhor para evitar o que se previa ser um descalabro e gostaria que os membros do governo fossem todos de férias para a tranquilidade dos seus lares e pensassem na família, nas suas vidas, no seu futuro e que pensassem que daqui a uns anos serão velhos, mas sobretudo, que uma vez na vida também se colocassem na pele das famílias que perderam o emprego, os subsídios de sobrevivência e a esperança e não terão Natal.

Que pensassem como agiriam se encontrassem em suas casas os filhos pequenos a chorar com fome e frio, o que fariam.Que pensassem se fossem idosos com uma reforma miserável, como poderiam sobreviver se tivessem de pagar a preço de mercado as suas necessidades básicas.
Que pensassem se fossem pequenos comerciantes a ver todos os dias fugirem-lhes os clientes e não poderem manter o seu empregado de muitos anos e nem sequer poderem suportar a renda do estabelecimento nem pagar o IVA a 23%, nem sequer sobreviver.Que pensassem que eram alunos do secundário no seio de uma família sem emprego e sem dinheiro e a escola era um oásis para lhes matar a fome.
Que pensassem que pertenciam a uma família a quem a EDP cortou a luz porque não tem dinheiro para pagar a conta, pois está desempregado e os subsídios foram cortados por um governo justicialista e vingativo, estando a tiritar de frio neste inverno.Que pensassem se fossem portugueses a ver o seu país a ser desbaratado e destruído por um governo autista, arrogante e vingativo, o que fariam.

É certo que “Não existe um Natal ideal, … só o Natal que cada um decide criar como reflexo dos seus valores, desejos e tradições”, como dizia Bill McKibben. Por isso, aos membros do governo de Portugal, desejo um Feliz Natal, no aconchego quente de seus lares, com a fartura que merecem, e que em 2013 tenham sucesso em prol dos portugueses e não de uma troika. Que não sejam o cavalo de Troia da fortaleza Portugal.
Mário Russo