04/12/2012

Crónica de Liverpool

Pedro Liverpool
Imagem de Portugal

Há uns poucos fins de semana atrás, assisti a dois filmes Portugueses, no Festival Internacional de Leeds. Houve outros mas eu consegui assistir ao “Meu querido Mês de Agosto” e “Tabu”.
Completamente diferentes um do outro. Um, desenrola-se numa aldeia perto de Arganil. Os laços tradicionais da família Portuguesa, prevalecem e os filhos, são fortemente condicionados pelos pais, quando estão apenas a precisar de se descobrirem a si próprios. O papel submisso das mulheres, na família, também é natural nestes meios. Surpreendente e agradável, é o uso da música Pimba, não só como banda sonora mas também, como parte do enredo do filme. Sem duvida, deu cor ao filme.

O segundo filme, e’ mais bem produzido, num excelente preto e branco, onde as cenas rodadas em Moçambique, soa cenas de puro  mudo. Uma vez mais, a música explode, dando muita cor ao filme. Desta vez, a m+usica era mais,paixão  Italiana.
Uma coisa era comum aos dois:

Uma certa nostalgia e tristeza de alguns personagens, perante obstáculos na vida. E a presença da Igreja e religião, na vida dessas pessoas. Haverá alguma relação?
Eu sei que, as estatísticas dizem que Portugal é 80 ou 90% católico. Mas a religião, não tem que controlar  todos os gestos e pensamentos dos crentes.

A Escócia e a Republica da  Irlanda, são também fortemente católicos. Também nestes territórios, exploram o sentimento de culpa das pessoas, desde tenra idade. Só difere numa coisa: há outras religiões igualmente representadas, o que permite pluralidade e diversidade de ideias ( como oposto a cegueira e obsessão).

Se é verdade que as pessoas precisam de linhas orientadoras e valores morais,pelo outro lado não se pode construir caracter, baseado num complexo de culpa. Isso, tolhe a mente e o espírito. A força de uma pessoa, de uma sociedade, está na capacidade de fazer, não na de intimidar e de castrar.