Portugal está em maus lençóis, a começar pelo governo e
oposição que tem. No entanto, é em situações difíceis que mais calma,
ponderação e competência se exige a quem é o timoneiro da nau em tormenta. Só
que a nau só tem garotos.
O Governo tem dito que a Tróika exige a venda da TAP e de
outras joias da coroa. Mas essa é apenas uma das faces de uma moeda, que tem
duas. Obviamente que não há obrigação de vender a qualquer preço, porque não se
consegue com isso resolver o problema do défice.
A nossa companhia estratégica de bandeira, a TAP, que acaba
de ganhar mais um prémio de excelência mundial, consolidando a marca e elevando
o seu goodwill, está a ser negociada de forma vil por este governo desnorteado,
como se fosse uma tasca.
O argumento de que é a troika a exigir, não pode sequer ser
sério, caso contrário seria a mais ignóbil intromissão estrangeira (não a
primeira) na vida de um país dito independente e que o Governo teria o dever de
defender. Seria um golpe de Estado em que os governantes seriam apenas testas
de ferro e fantoches. É uma desculpa esfarrapada.
Como isso é falso, só resta a pergunta: a quem o governo
quer favorecer no próximo futuro? Será que alguns dos governantes já não têm
assegurado chorudos cargos na empresa de German Efromovich?
Portugal vai embolsar a mísera quantia de 35 milhões, preço
de uma qualquer tasca, por uma companhia com mais de 60 anos (fundada em 1945),
feita a pulso por gerações. O argumento de que o passivo de 1,2 MM é assumido
pelo empresário e portanto está no preço, é das mais incompetentes conclusões
que já ouvi. Esse passivo é na verdade o próprio ativo da TAP. O património da
companhia vale alguma coisa, senhores governantes (comissão liquidatária).O empresário brasileiro, amigo de Relvas, nesta negociata criminosa, paga o passivo que é garantido pelo património da companhia. Fica com o valor da marca TAP e o Governo diz que está a zelar pelos interesses nacionais. Um escândalo que merece ser investigado pelo MP.
Eu não acredito que os Governantes são tão estúpidos, pese embora parecer, a ponto de não saberem que é verdade o que atrás está exposto. Só uma negociata pode estar por detrás deste crime de lesa pátria.
Outro argumento de que a empresa precisa de injeção de
capital, e a UE não permite e Portugal não tem dinheiro, também parece uma brincadeira.
A injeção que o empresário brasileiro vai fazer é de porco mais de 300 M de
euros. Ora, se o governo cauciona
milhões de milhões para bancos privados se financiarem, não pode caucionar 300M
de euros a uma companhia estatal? Só por má-fé é que se pode aceitar e argumentar
isso.
Desafio o MP a investigar este escândalo. Os portugueses estão
em casa a assistir a tanta maldade perpetrada por estes senhores que vieram com
a missão de retalhar e desbaratar o país. O Orçamento de Estado é apenas mais
uma peça desse cardápio de malvadez. Não temos PR e nem é o exército que pode
repetir 25 de Abril, porque não faz sentido, mas é o povo que tem o dever de se
defender da agressão do cavalo de Tróia se não quiser perecer.