17/12/2012

A TAP ganha prémio internacional de prestígio e o Governo vende-a como se fosse uma Tasca

Portugal está em maus lençóis, a começar pelo governo e oposição que tem. No entanto, é em situações difíceis que mais calma, ponderação e competência se exige a quem é o timoneiro da nau em tormenta. Só que a nau só tem garotos.

O Governo tem dito que a Tróika exige a venda da TAP e de outras joias da coroa. Mas essa é apenas uma das faces de uma moeda, que tem duas. Obviamente que não há obrigação de vender a qualquer preço, porque não se consegue com isso resolver o problema do défice.

A nossa companhia estratégica de bandeira, a TAP, que acaba de ganhar mais um prémio de excelência mundial, consolidando a marca e elevando o seu goodwill, está a ser negociada de forma vil por este governo desnorteado, como se fosse uma tasca.

O argumento de que é a troika a exigir, não pode sequer ser sério, caso contrário seria a mais ignóbil intromissão estrangeira (não a primeira) na vida de um país dito independente e que o Governo teria o dever de defender. Seria um golpe de Estado em que os governantes seriam apenas testas de ferro e fantoches. É uma desculpa esfarrapada.

Como isso é falso, só resta a pergunta: a quem o governo quer favorecer no próximo futuro? Será que alguns dos governantes já não têm assegurado chorudos cargos na empresa de German Efromovich?
Portugal vai embolsar a mísera quantia de 35 milhões, preço de uma qualquer tasca, por uma companhia com mais de 60 anos (fundada em 1945), feita a pulso por gerações. O argumento de que o passivo de 1,2 MM é assumido pelo empresário e portanto está no preço, é das mais incompetentes conclusões que já ouvi. Esse passivo é na verdade o próprio ativo da TAP. O património da companhia vale alguma coisa, senhores governantes (comissão liquidatária).

O empresário brasileiro, amigo de Relvas, nesta negociata criminosa, paga o passivo que é garantido pelo património da companhia. Fica com o valor da marca TAP e o Governo diz que está a zelar pelos interesses nacionais. Um escândalo que merece ser investigado pelo MP.
Eu não acredito que os Governantes são tão estúpidos, pese embora parecer, a ponto de não saberem que é verdade o que atrás está exposto. Só uma negociata pode estar por detrás deste crime de lesa pátria.

Outro argumento de que a empresa precisa de injeção de capital, e a UE não permite e Portugal não tem dinheiro, também parece uma brincadeira. A injeção que o empresário brasileiro vai fazer é de porco mais de 300 M de euros.  Ora, se o governo cauciona milhões de milhões para bancos privados se financiarem, não pode caucionar 300M de euros a uma companhia estatal? Só por má-fé é que se pode aceitar e argumentar isso.
Desafio o MP a investigar este escândalo. Os portugueses estão em casa a assistir a tanta maldade perpetrada por estes senhores que vieram com a missão de retalhar e desbaratar o país. O Orçamento de Estado é apenas mais uma peça desse cardápio de malvadez. Não temos PR e nem é o exército que pode repetir 25 de Abril, porque não faz sentido, mas é o povo que tem o dever de se defender da agressão do cavalo de Tróia se não quiser perecer.

Mário Russo