António Ramos* |
2.É certo que a existência de partidos, é o suporte de funcionamento duma democracia. Pergunta-se: Em Portugal os partidos que estiveram no Governo, serão eles os responsáveis da pela situação catastrófica a que o País chegou?
3.Ou não será já o tempo dos partidos para, ao fim de trinta e oito anos, pararem um pouco e numa pausa, fazer uma reflexão e questionarem-se a si próprios, se o tempo já percorrido deverá continuar ou fazerem alterações para que a democracia volte a funcionar, sem medos, e sem constrangimentos que arrasam a maioria dos portugueses.
4.Sabemos que em “economia” não há certezas. Embora o INE aponte para uma taxa de desemprego de 15,8%, o que representa 871 mil pessoas sem trabalho, porém com os desencorajados e se subempregados apresentam um cenário que vai aos 24% da população activa (1,4 milhões de pessoas afastadas do trabalho). O primeiro-ministro em recentes declarações esclareceu: “ que a principal prioridade do Governo é o combate ao desemprego, mas assume que a subida é inevitável, perante o ajustamento da economia portuguesa”.
5.Pergunta-se: quem garante ao primeiro-ministro que vai ser assim? E o equilíbrio no funcionamento das Instituições?
6.Recordo que o político e falecido Sá Carneiro, defendia que, uma das suas grandes aspirações, era que a estabilidade política só funcionaria, se, na Presidência da República estivesse uma família igual à do Governo e à do Parlamento.
7.Ora a prática vem demonstrar o contrário. Se Sá Carneiro fosse vivo, teria oportunidade de verificar que as suas aspirações não estavam correctas. E o que vemos nas actuais circunstâncias? Uma ditadura da maioria, respaldada pela mesma família na Presidência da República, com a agravante que o País tem um PR fragilizado.
8. Daí as declarações produzidas por elementos do elenco governativo perante o país estarem desajustadas com as realidades dos factos. Refiro-me expressamente à mensagem de Natal do primeiro-ministro.
9.No passado verificou-se que: quando Cavaco Silva era primeiro-ministro, na Presidência da República estava Mário Soares; com Barroso e Santana Lopes estava Jorge Sampaio.Com Sócrates estava Cavaco Silva.
10.Neste quadro era possível estabelecer um equilíbrio institucional; na actual situação não se vê um equilíbrio entre Belém e São Bento.
11.Daí, o ano de 2013, ser um ano de risco. E o “Jornal de Negócios” de hoje, dia 27, entre as 25 perguntas levanta algumas das questões que vão estar sob os holofotes dos portugueses:
“a) O que vai suceder ao desemprego?
b)Haverá despedimentos na Função Pública?
c)Portugal vai renegociar o memorando de entendimento com a Troika?
d)Como vão prosseguir as privatizações?” Etc.etc.
*por decisão do autor a foto é omitida