Daniel Braga
06/10/2012
O DILEMA
Portugal vive momentos
tremendamente difíceis com reflexos brutais na sua economia e custos sociais
elevadíssimos, fruto de políticas erradas de décadas com predominância para os
últimos 15/20 anos, onde os sucessivos governos foram de uma irresponsabilidade
e de uma incompetência atrozes, gastando sempre mais do que aquilo que podiam e
deviam. Mas infelizmente a nossa realidade é esta e a ela não podemos fugir -
devemos dinheiro, não conseguimos ter acesso a crédito, estamos penhorados até
ao tutano e temos um acordo a cumprir cujo incumprimento se revelará
catastrófico- o que fazer? Não cumprir? Não pagar? O que acontecerá se
repentinamente a torneira das moedas de ouro se fechar? Sair do Euro? Voltar ao
escudo? E o que vai valer? Donde virá o dinheiro para pagar salários? Do Estado
falido? Como reagir a uma (im) provável não entrada da ajuda financeira? Vamos
fazer como na Argentina onde de um momento para o outro as pessoas se viram sem
nada nos Bancos? E que resultados poderão advir daí senão um desastre em toda a
linha? Portugal está numa encruzilhada séria por culpa de sucessivos governos e
da sua incapacidade de praticar políticas consentâneas com a nossa realidade
económica e também de nós próprios enquanto povo, pois vivemos durante largos
momentos da nossa vida acima das possibilidades e com as mordomias a que
achávamos que tínhamos direito, gastando sempre por conta e puxando sempre dos
galões à nossa criatividade e muitas vezes ao nosso chico-espertismo, esticando
a corda à sua potência máxima. Só que a corda não aguentou, rebentou e já não
tem conserto e nós ainda não nos capacitámos disso. Portugal está falido,
depende da ajuda alheia e ou se comporta como País responsável que é ou leva um
chuto tal no traseiro que as marcas desse pontapé poderão ficar para sempre
registadas sem grandes chances de alguma vez as curarmos e elas cicatrizarem e
desaparecerem.