06/10/2012

O DILEMA

Portugal vive momentos tremendamente difíceis com reflexos brutais na sua economia e custos sociais elevadíssimos, fruto de políticas erradas de décadas com predominância para os últimos 15/20 anos, onde os sucessivos governos foram de uma irresponsabilidade e de uma incompetência atrozes, gastando sempre mais do que aquilo que podiam e deviam. Mas infelizmente a nossa realidade é esta e a ela não podemos fugir - devemos dinheiro, não conseguimos ter acesso a crédito, estamos penhorados até ao tutano e temos um acordo a cumprir cujo incumprimento se revelará catastrófico- o que fazer? Não cumprir? Não pagar? O que acontecerá se repentinamente a torneira das moedas de ouro se fechar? Sair do Euro? Voltar ao escudo? E o que vai valer? Donde virá o dinheiro para pagar salários? Do Estado falido? Como reagir a uma (im) provável não entrada da ajuda financeira? Vamos fazer como na Argentina onde de um momento para o outro as pessoas se viram sem nada nos Bancos? E que resultados poderão advir daí senão um desastre em toda a linha? Portugal está numa encruzilhada séria por culpa de sucessivos governos e da sua incapacidade de praticar políticas consentâneas com a nossa realidade económica e também de nós próprios enquanto povo, pois vivemos durante largos momentos da nossa vida acima das possibilidades e com as mordomias a que achávamos que tínhamos direito, gastando sempre por conta e puxando sempre dos galões à nossa criatividade e muitas vezes ao nosso chico-espertismo, esticando a corda à sua potência máxima. Só que a corda não aguentou, rebentou e já não tem conserto e nós ainda não nos capacitámos disso. Portugal está falido, depende da ajuda alheia e ou se comporta como País responsável que é ou leva um chuto tal no traseiro que as marcas desse pontapé poderão ficar para sempre registadas sem grandes chances de alguma vez as curarmos e elas cicatrizarem e desaparecerem.

Daniel Braga